Comportamento

Família sonha em localizar enfermeira que segurou nas mãos a vida de Gabriel

Thailla Torres | 14/07/2016 06:10
Além da recuperação do filho, tudo que a família quer é reencontrar a enfermeira que ajudou Gabriel. (Foto: Arquivo Pessoal)
Além da recuperação do filho, tudo que a família quer é reencontrar a enfermeira que ajudou Gabriel. (Foto: Arquivo Pessoal)

O dia 12 de julho se tornou uma data marcante nos corações de José Carlos e Paula. O desespero veio ao saber que o filho Gabriel, com apenas 19 anos, sofreu 4 paradas cardíacas. Ele só continua vivo graças a sorte de passar mal ao lado de uma enfermeira, que o socorreu no meio da rua.

Sem saber o nome de quem eles agora chamam de "anjo da guarda", tudo que a família deseja é localizar a mulher que ficou durante 11 minutos fazendo massagem cardíaca em Gabriel, até a chegada de uma ambulância

Gabriel Nunzio é acadêmico de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e estava em um ponto de ônibus, após um treino de futebol, quando sofreu a primeira parada cardíaca. O pai, José Carlos Nunzio, de 54 anos, é quem relata os momentos seguintes, de angústia e desespero.

"Assim que ele caiu no chão, uma mulher ajoelhou e começou a fazer massagens cardíacas. Entraram em contato comigo e quando eu cheguei, ela estava lá ao lado dele, fazendo a massagem até que ambulância chegasse", comenta. 

José conta que não lembrou de pegar o nome ou o telefone da mulher, ela apenas informou que era enfermeira da Santa Casa e aguardava o ônibus para ir trabalhar, quando Gabriel começou a passar mal. 

"Ela foi um anjo na vida do meu filho. Se ela não estivesse ali naquele momento, os médicos disseram que talvez ele não teria sobrevivido. Após a primeira, ele ainda teve 4 paradas", conta emocionado. 

O susto também foi grande quando souberam o que teria levado um jovem de 19 anos a uma condição tão grave. Gabriel fazia uso de substâncias compradas em farmácias, para emagrecer, e família nunca imaginou que isso acontecia. "Ele é um menino saudável, na infância e adolescência foi gordinho, mas hoje tinha um forma física boa e a gente não sabia de nada", conta. 

Paulo soube das medicações horas depois da internação do filho. "Quando eu soube, veio um sentimento de impotência e a dúvida. Porque a gente conversa, educa e no fim não sabe a verdade sobre o que os seus filhos estão fazendo na rua. E os médicos alertaram que é cada vez mais recorrente os casos de jovens que se auto medicam buscando forma física", lamenta. 

Para o pai, o filho não sofre de nenhum transtorno alimentar e ele acredita que o uso de medicamento seria apenas para tentar manter o peso. Gabriel está em coma, mesmo assim o pai é confiante. "Eu penso que Deus deu uma segunda chance ao meu filho. Agora é o momento de agradecer e vamos buscar o correto. Abraçar, cuidar e mostrar o quanto é importante dar valor à vida que temos", resume. 

Mesmo sem Gabriel poder agradecer pessoalmente, a família quer encontrar o mais rápido possível a enfermeira que fez o rapaz ter mais uma chance. "Ela segurou a vida do meu filho nas mãos. Tudo que a gente quer é dar um abraço, agradecer e valorizar. Ela se preocupou e graças a ela meu filho está vivo. Pra mim, ela vai fazer parte da nossa família", descreve a mãe, Paula Renata Nunzio, de 45 anos. 

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