Comportamento

Família se reúne para festejar centenário de Maria, famosa por amansar cavalos

"Mesmo grávida, ela ia amansar os animais. Os homens tinham inveja”, garante a neta Laudilene

Lucas Arruda | 05/09/2017 08:09
Laudilene e os filhos que compareceram para comemorar o aniversário (Foto: Arquivo pessoal)
Laudilene e os filhos que compareceram para comemorar o aniversário (Foto: Arquivo pessoal)

Hoje quem vê a fragilidade da senhorinha Maria Oliveira Peixoto mal sabe que era ela quem amansava cavalos, gado, burro e mula quando morava em uma fazenda em Bandeirantes, a 70km de Campo Grande. Na época, por conta da braveza, ela era conhecida como Maria Carreira. “Mesmo grávida ela ia amansar os animais. Os homens tinham inveja”, garante a neta Laudilene Peixoto de Alencar, de 36 anos.

Dona Maria completou 100 anos no último domingo (3), ainda está bem lúcida e não tem graves problemas de saúde, mas mal consegue andar por conta da fraqueza nas pernas. Hoje só consegue amansar os membros da família, que se reuniram para celebrar o centenário da matriarca. No total são 12 filhos – cinco já falecidos -, 40 netos, 75 bisnetos, 43 tataranetos e duas tetranetas.

Nem todos puderam ir à comemoração. “Muitos moram longe, não conseguiram viajar pra cá, mas também se reunisse todo mundo a gente ia ter que alugar um salão bem grande”, brinca Laudilene.

Dona Maria e os netos (Arquivo Pessoal)
Dona Maria e os bisnetos (Arquivo pessoal)
Dona Maria e os tataranetos (Arquivo Pessoal)
Dona Maria e as duas tetranetas (Arquivo Pessoal)

Para ela a avó é uma fonte de inspiração. “Ela é uma guerreira, perdeu o meu avô quando estava com 57 anos, eu mesma nem o conheci. Terminou de criar os filhos sozinha e ajudou a criar muitos dos netos, agora acolhe todo mundo quando nos juntamos”, afirma.

Além de amansar os animais e cuidar da família, dona Maria ainda é quem carpia o quintal, tomava conta do pomar e ainda dirigia o carro de boi até o hospital da cidade quando alguém adoecia. “Eram muitas horas de viagem até o hospital mais próximo da fazenda, em Ribas do Rio Pardo”, conta a neta.

Mas não era só de obrigações com a casa, fazenda e família que vivia Maria Carreira. Ela também encontrava tempo pra se divertir. “Minha avó era muito festeira, adorava uma roda de viola. Sua paixão mesmo era a catira, ela até cantava”, recorda a neta das histórias que ouviu a avó contar.

Hoje ela anda mais quieta, não é muito de puxar assunto. Talvez seja pelas forças que estão indo embora por conta da idade avançada, mas se alguém parar pra conversar ela responde. “Não é muito de papear mais. Antes contava muitas histórias, gostava muito de quando ela lembrava dos tempos de amansadora”, ressalta Laudilene.

A neta ainda espera que dona Maria viva mais alguns anos e sabe que a matriarca é o orgulho de toda família. “Viver 100 anos não é para muitos, poucos têm esse privilégio. Por isso que celebramos este aniversário, para lembrar de tudo que ela deixou pra trás, de tudo que ela viveu”, conclui.

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