Comportamento

Estilista nega plágio e diz que acusação pode desclassificar Miss

Vestido da Miss MS foi inspirado em trajes de outras misses e criado com desenho autoral, alega estilista

Mirian Machado | 04/08/2022 15:46
Miss Mato Grosso do Sul vestida com o traje "Mãe do Pantanal". (Foto: Reprodução/Instagram)
Miss Mato Grosso do Sul vestida com o traje "Mãe do Pantanal". (Foto: Reprodução/Instagram)

A estilista Veronika Braz, que assina o vestido da Miss Mato Grosso do Sul, na categoria ‘Fantasia Regional’ no concurso de beleza Miss Brasil, negou que a peça seja plágio do traje da terena Natielly Souza de Albuquerque, de 22 anos, usado no concurso Miss Indígena 2022, em Campo Grande. Segundo Veronika, a peça é totalmente autoral, desde o corte até o desenho.

A estilista disse ao Campo Grande News que a acusação pode prejudicar a Miss Hemilly Duarte, que representa MS, caso a situação chegue ao conhecimento dos organizadores nacionais. “Isso pode prejudicar a Hemilly lá no concurso, pode prejudicar o Estado. Ela pode ser desclassificada, porque até comprovar que não foi plágio... Não dá tempo”, lamenta a estilista.

Ela sustenta que a confecção do vestido usado pela Miss foi uma junção de produções feitas pelos próprios moradores da aldeia urbana Marçal de Souza, inclusive, o desenho do vestido, criado pelos grafiteiros Arnaldo Aparecido Fernandes de Alcântara e Hero-Oreh.

“Ele  (Arnaldo) tem uma pintura lá na casa dele que ele mesmo fez, não foi nada tirado da internet e reproduziu no vestido dela [Miss]. Os acessórios todos foram feitos pelos próprios moradores. A questão dela [Natielly] é porque a Hemilly não a chamou para participar na fabricação da peça. Ela se auto declara estilista, porém a Miss procurou alguém da área com formação para auxiliar”, garante Veronika.

Trajes que também foram usados como inspiração para confecção do vestido de Hemilly. (Divulgação)

A inspiração para a fantasia foi de trajes de outras candidatas brasileiras no MIss Universo Brasil. “ Ambas levaram em seus trajes a cultura indígena para o mundo, diferentemente da capa (lenço) produzida pela reclamante”, explicou.

Ainda segundo a estilista, a peça da Miss Indígena é um top com lenço e saia, já o traje da  Hemilly é um vestido. “Ela disse que copiamos até o corte. Como copiar o corte se o dela nem é vestido?. Demoramos três semanas para fazer a peça entre adaptações até o resultado final.” questionou.

Veronika ainda ponderou que Hemilly é de descendência terena e tem autonomia para usar a fantasia. “Todos os envolvidos no projeto estão tomando às medidas cabíveis judicialmente e estamos todos muitos felizes pela colocação no top 6 do traje típico, pois essa conquista é de todos os sulmatogrossense”, concluiu.

O traje "Mãe do Pantanal" rendeu a Hemilly a classificação no TOP6 das melhores fantasias regionais do concurso, o melhor resultado do Estado na história em participações na competição.  Ele foi feito em cetim bucol com corpo de ilusion, saia em godê simples com fenda lateral e aplicações de penas artificiais no corpo, pinturas da fauna e flora pantaneira na saia e grafismos.

Natielly com o vestido que ela acusa a "Miss MS" de ter plagiado. (Foto: Arquivo Pessoal)

Acusação - Segundo Natielly Souza de Albuquerque, de 22 anos, o vestido usado pela "Miss MS" para representar a Fantasia Regional no concurso é uma cópia da peça que ela confeccionou e usou no desfile do concurso Miss Indígena 2022, deste ano, e no qual Natielly foi eleita Miss Simpatia Inámatí Kuxonéti São Conrado. Diante da semelhança das peças, ela acusa a miss de plágio. "Isso é um plagio, é uma falta de respeito, comigo e com a minha criação", desabafa a jovem.

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