Comportamento

Em Pega Leitão surreal, suíno dá de 10 a 0 em quem se aventura no chiqueiro

Naiane Mesquita | 02/08/2015 17:13
Antônio bem que tentou, mas o porco foi mais rápido durante a competição de Pega Leitão em São Gabriel do Oeste (Foto: Marcos Ermínio)
Antônio bem que tentou, mas o porco foi mais rápido durante a competição de Pega Leitão em São Gabriel do Oeste (Foto: Marcos Ermínio)

Aos poucos os espectadores começam a chegar no local da disputa. Com famílias inteiras, mãe, avó, tia, filho, alguns tímidos outros duvidosos sobre o motivo da reunião.

Para quem nunca pisou em uma feira agropecuária de São Gabriel do Oeste tudo pode parecer surreal. Onde já se viu uma corrida e um pega de leitão, onde cada competidor tem 30 segundos para conseguir agarrar um suíno daqueles, bem pesados.

O nível de dificuldade fica por conta da água, que é jogada dentro da arena para deixar ainda mais escorregadia a missão.

Público aproveita para tirar foto da arquibancada

A corrida é tranquila. Cada leitãozinho usa a logo de um time de futebol, como o Palmeiras, e sai na disputa em uma pista pequena. Quem chegar primeiro na comida ganha. Já o pega leitão é mais trabalhoso e nem um pouco higiênico.

“Depois da terceira festa já começou a incrementar essas coisas, foi uma coisa para atrair as pessoas e hoje está se tornando uma das grandes atrações da Festa do Porco no Rolete. Nós lambuzamos com graxa o porquinho para ele ficar bem liso e dificultar a vida do caboclo, que tem que levantar e segurar o porco”, afirma um dos organizadores do Pega do Leitão, Francisco de Jesus Vieira, 44 anos, o Chiquinho.

Um dos animados para a competição era o campo-grandense Lúcio de Oliveira, 34 anos, que foi sozinho para a festa e já é veterano no “esporte”. “Eu ganhei 150 reais no ano passado e deu para comprar umas roupas. Quero tentar de novo, mas é difícil”, assume.

Cada um tem 30 segundos para levantar o porco e jogar para o outro chiqueiro. Quem tem dó dos animais é melhor nem assistir. A maioria leva alguns apertões e grita como forma de reclamação. Vale lembrar que os animais são sacrificados depois que participam da feira agropecuária, devido a sanidade eles não podem voltar para a granja a fim de evitar a contaminação dos outros leitões.

Em corrida de leitão, cada um representa um time

O prêmio é em dinheiro no valor de R$ 150. O estudante Antônio Zanetti, 13 anos foi um dos atraídos pela quantia. Magro, ele teve dificuldade de levantar o leitão e só conseguiu no final. “Era bom o prêmio por isso me arrisquei lá”, brinca, um pouco tímido ainda.

Na arquibancada tem de tudo. Gente que tem dó dos animais, mas a maioria adora a movimentação. “É uma festa de família, fazemos de tudo para ficar agradável e divertida para a população”, diz Chiquinho.

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