Comportamento

Edimilson escreve história de amor que começou na fila do alface

Aposentado diz que sempre gostou de escrever e no ano passado, colocou suas ideias no papel

Bárbara Cavalcanti | 12/10/2021 08:41
Edimilson sentado em um banco, usou tempo da pandemia para escrever livros. (Fotos: Arquivo Pessoal)
Edimilson sentado em um banco, usou tempo da pandemia para escrever livros. (Fotos: Arquivo Pessoal)

Durante a pandemia, o vendedor aposentado Edimilson José dos Santos, de 72 anos, usou o tempo livre que tinha para finalmente colocar em prática a vontade que sempre teve de escrever uma obra de ficção. A trama de um dos livros é uma história de amor infantil, que começa na escola e termina décadas depois em um asilo. 

A trama narra a história de um garoto de oito anos de idade que encontra uma garota de olhos azuis na escola. No intervalo, a menina pergunta o nome dele e diz que a mãe dela precisa de alguém para vender alface. Assim, as crianças trabalham juntas e começam a namorar, construindo um romance infantil na semana seguinte. 

O casalzinho fica sem contato quando o menino precisa se mudar com a família para uma fazenda localizada entre Costa Rica e Chapadão do Sul. Após cinquenta anos, o rapaz, então idoso, vai para uma casa de repouso. E é lá que reencontra a namoradinha de infância. 

Situada no interior do Estado, toda trama é contada em primeira pessoa, mas Edimilson garante que é tudo ficção. “Não, não tem nada inspirado em fatos reais é tudo ficção, tudo inventado”, reforça Edimilson. A única referência que tirou de sua própria vida, foi a experiência que teve com a sogra em uma casa de repouso.

“O que eu gostaria de reforçar com essa história, é a atenção que essas pessoas que ficam nesses locais precisam. Muitas vezes, esses idosos ficam lá sozinhos, sem receber visita. Isso é algo que eu gostaria de chamar atenção, o cuidado com os mais velhos”, comenta. 

Edimilson é natural da cidade de Primeiro de Maio, no estado do Paraná, mas viveu boa parte da vida em Campo Grande. Atualmente, vive em São Paulo com a esposa, justamente cuidando da sogra, mas comenta pretender voltar para Mato Grosso do Sul no ano que vem.

A história de amor na fila do alface não foi a única que ele escreveu. “Ainda tem outra, um pouco mais triste, foca muito mais na pandemia mesmo. Esse segundo também tem elementos da covid, mas o principal é a história de amor”, explica. 

Nenhum dos dois livros ainda foram publicados e ainda não há previsão concreta de quando efetivamente serão. O primeiro já está na fase de revisão, enquanto o segundo, o da história de amor, está sendo editado ou “pincelado”, como ele mesmo diz. “Eu pesquisei em várias livrarias e livros de ficção são bem procurados”, acrescentou. 

Mas já é o suficiente para deixar o sentimento de realização em Edimilson. “É a primeira vez que realmente escrevi, mas sempre gostei. E tem um apego, é uma família que a gente cria”, expressa. 

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