Comportamento

Depois de toque de recolher, rolê mais cedo virou caminho sem volta

Depois de conviver com toque de recolher, campo-grandense vai ter que reaprender a sair mais tarde pro rolê

Vanessa Ayala | 22/08/2021 07:10
Manuela diz que acha mais prático sair mais cedo para o rolê. (Foto: Kísie Ainoã)
Manuela diz que acha mais prático sair mais cedo para o rolê. (Foto: Kísie Ainoã)

A partir da semana que vem, depois de quase um ano, o campo-grandense não precisará mais lidar com o toque de recolher. Porém, depois de tanto tempo saindo mais cedo, parece que o hábito de curtir o happy hour e já estar em casa antes da meia noite virou um caminho sem volta. 

É o que mostra o resultado da enquete de ontem: 53% dos leitores afirmaram que o toque de recolher mudou sim o hábito de sair, enquanto 47% diz que não.

Nos bares e restaurantes, o resultado se confirma. É o que comenta a estudante Manuela Gaibe, de 22 anos, que diz ter voltado a sair recentemente. “Antigamente eu saia mais tarde, mas hoje em dia acho que é mais prático o povo sair antes, aí você não fica tão cansado. Mas ainda acho que vai dividir bastante, tem muita gente que vai voltar a sair bem tarde”, detalhou. 

Para Carlos Alberto de 29 anos, o "novo ritmo" já virou costume. “Eu acredito que as pessoas se acostumaram com o novo ritmo, até por que eu acostumei, acho que tudo mudou”, comenta.

Isadora Gabriela Fiore, de 23 anos, comenta que depois da pandemia o estilo de vida mudou, incluindo a sexta-feira. “Costumo sair mais a tardezinha, por que mudou muito a nossa rotina. Antigamente a gente saia depois das 21h, chegava de madrugada, mas hoje em dia mudou tudo, eu nem sei se vou me habituar com o estilo antigo de sair mais tarde”, detalha.

Isadora Gabriela Fiore comenta que o estilo dela de sair mudou. (Foto: Kísie Ainoã)

Já o proprietário do Mr. Hoppy, Sanderson Jorgensen, de 31 anos, diz que as pessoas estão chegando mais cedo por causa da situação atípica, mas acredita que o fim do decreto deve levar todos aos hábitos antigos.

“As pessoas estão chegando mais cedo em duas situações: para conseguir pegar lugar e por conta ainda das restrições da pandemia. Mas com a chegada do novo decreto e fim do toque de recolher creio que os clientes vão chegar mais tarde", opina. 

De acordo com o empresário a casa vai continuar com o mesmo horário de funcionamento. “Vamos continuar fechando as 23h dia de semana e finais de semana a 00h. Talvez mais pra frente possamos estender esse horário”, pontua.

Empresário Sanderson Jorgensen diz que pessoas estão chegando mais cedo, mas acredita que isso vá mudar. (Foto: Kísie Ainoã)

Voltar a sair mais tarde com o fim do toque é o que acredita também Allez Still, de 42 anos. “Para mim era melhor o antigo modo de sair mais tarde, mas creio que está voltando com o fim do toque de recolher”.

Há também quem sempre foi adepto ao happy hour e já tinha o hábito de sair mais cedo de casa. É o caso do arquiteto Augusto Monteiro, de 28 anos, que firma que, com ou sem toque, a situação para ele continua a mesma. 

Augusto Monteiro em Happy Hour no Mr. Hoppy (Foto: Kísie Ainoã)

“Eu nunca fui de ficar até mais tarde na rua, a vida Happy Hour é mais a minha pegada mesmo, nem consigo mais ficar até tarde. Gosto de sair do trabalho tomar uma cerveja e depois ir pra casa, hoje em dia é muito mais raro ficar até tarde”.

Matheus Moreira saiu para frequentar um bar pela primeira vez nesse ano e diz que também é do "time" da saída mais cedo para aproveitar. “Eu sempre fui de sair mais às 18h do que sair pra se arrumar e ir pra uma balada, hoje vim conhecer o bar e já com o avanço da vacina senti mais segurança também”, comentou.

Matheus Moreira em entrevista para o Lado B. (Foto: Kísie Ainoã)

Nicolas Ferreira, 28 anos, responsável pelo bar do Resenha, comenta que para o ramo noturno vai ser muito bom o fim do toque de recolher e acredita na permanência da cultura de happy hour.

“Apesar do bar fechar a 00h, eu acredito que as pessoas vão ter mais segurança pra poder sair. A cultura do campo-grandense é ficar até mais tarde na rua, mas estávamos abrindo 16h a gente vê que na sexta-feira as pessoas querem sair mais cedo, por que tem que voltar mais cedo pra casa, então queremos adotar essa cultura do happy hour, finaliza.

Nicolas Ferreira falando sobre a noite de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

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