Comportamento

Depois de 38 anos, fita cassete ainda guarda maior recordação do primeiro filho

Paula Maciulevicius | 11/05/2016 07:10
"Chester querido começou a falar" fita gravada pela mãe tem as falas do filho 38 anos atrás. (Fotos: Arquivo Pessoal)
"Chester querido começou a falar" fita gravada pela mãe tem as falas do filho 38 anos atrás. (Fotos: Arquivo Pessoal)

As lembranças de Maria ficaram eternizadas exatamente como elas eram. Na fita cassete que ela mesma gravou e depois escreveu "Chester querido começou a falar", 38 anos depois ainda estão as primeiras palavras do filho. Numa encenação, o pai conduzia a conversa gravada, pedindo a ele que falasse ao telefone com a mamãe. Era a forma como em casa, as crianças interagiam com a fala.

A gravação ficou esquecida por pelo menos 15 anos, mas veio parar na casa da irmã caçula quando ela pediu a mãe que enviasse algumas fitas de música.

"Era onde a gente gravava, com o som que tinha na época. Eu gravava para ouvir por ouvir e depois até mostrar para eles. É bonitinho ver como eles estão hoje", explica a mãe, Maria Celoni Vincensi, de 58 anos.

Pais de Chester que sempre guardaram memórias.

A saudade veio de Maracaju, onde a família se criou. Mãe de três filhos, era frequente vê-la no passado com o som ligado ou quando a filmadora chegou, grudada na câmera.

"Meu filho hoje vai fazer 39 anos... Essa fita, ela foi gravada em cima de um jogo de futebol, era o que tinha em casa, usada mesmo", descreve.

Maria tem todas as gravações guardadas. Chester é o mais velho de casa e mais tarde, a mãe comparava o desenvolvimento dos três. E agora, sente ainda mais saudade. "É muito gostoso isso, dá vontade de voltar no tempo, querer que eles sejam pequenininhos de novo".

A irmã anunciou o achado para a família toda. Inclusive Chester. "Eu nem sabia que isso existia ainda, eu tinha ouvido uma vez, uns 15 anos atrás", conta o caminhoneiro Chester Vincensi, de 38 anos.

De cada filho tem um pouquinho da saudade materializada.

Ouvir a versão de si mesmo no passado é um tanto estranho ao rapaz que hoje tem filhos maiores do que aquele pequenino balbuciando as primeiras palavras.

"Sou eu... É meio estranho, porque você não se imagina voltando aquela época, mas também é gostoso de ouvir", narra. A primeira lembrança que tem da infância vem da égua que tinha na cidade e que ia montado para as aulas de violão.

"Hoje com a modernidade ficou fácil, celular grava bastante coisa. Mas em fita? Meus filhos nem conhecem o que é isso", diz Chester. Os meninos de 11 e 6 anos vão conhecer quando o pai voltar para a casa, junto das fitas.

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Chester hoje ao lado da família.
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