Comportamento

Confusão tirou Abner da barriga antes da hora e ele virou “milagrinho” em UTI

Pais ouviram que o filho não tinha mais chance de sobreviver, mas bebê reagiu e surpreendeu a família.

Thailla Torres | 14/06/2019 09:18
Após ouvir da equipe médica que não havia mais o que ser feito, Abner reagiu na UTI. (Foto: Kisie Ainoã)
Após ouvir da equipe médica que não havia mais o que ser feito, Abner reagiu na UTI. (Foto: Kisie Ainoã)

Quem enxerga a fofura de Abner hoje no colo dos pais não imagina a angústia vivida pela família até pouco tempo. Uma confusão com os números de um exame fez ele nascer antes do previsto e isso gerou sérios problemas de saúde. Após ouvir da equipe médica que não havia mais o que ser feito, Abner reagiu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) comovendo os pais e virando o “milagrinho” pelos corredores.

Na UTI do Hospital El Kadri, não há pai e mãe que deixem de citar o nome de Abner quando uma nova criança chega para tratamento. Seu nome virou sinônimo de esperança e alento a familiares que acompanham os pequenos na monitoração contínua.

Passado o susto, família agora curte o bebê em casa. (Foto: Kísie Ainoã)

Tudo começou no dia 4 de maio quando Vitória Sandim de Melo, de 18 anos, foi para a Maternidade Cândido Mariano. “Os médicos olharam os papeis e disseram que eu estava de 39 semanas. Preparam a sala de cirurgia e o Abner nasceu. Mas quando tiraram ele, a cena foi de um médico olhando para o outro. Ele nasceu com insuficiência respiratória, bem cansadinho. Até que viram na papelada que ele não tinha 38 semanas, mas sim 34.E a previsão de nascimento era 7 de junho”, conta a mãe.

Do nascimento em diante, os pais viveram momentos angustiantes com o primeiro filho. “A gente ficou 20 dias vendo-o em estado grave. Nada fazia efeito. Tudo o que eu ouvia na visita é que talvez ele não passasse daquele dia. Os médicos chegaram a dizer que não tinha mais o que fazer”, conta o pai Leandro Santos da Silva, de 20 anos.

Sem ter muito o que fazer, o pai diz que decidiu não acreditar no que ouvia. “Eu sabia que ele ia ficar vivo. Eu sempre passava uma reposta positiva e nunca deixei falar que ele não sobreviveria. Eu queria ver meu filho vivo e, depois que ouvi várias pessoas me falaram sobre a sobrevivência, eu só criei forças”.

Leandro trabalha como repositor de estoque em um supermercado da cidade. Fora do horário de trabalho ele se dedicava as visitas e a troca com a esposa para o acompanhamento do filho lembra. “Praticamente nos mudamos para UTI. Minha esposa ficava maior parte do tempo com ele para que eu pudesse trabalhar. Foi ela que aguentou a barra vendo-o sem melhoras dentro da UTI. À noite eu preparava tudo para levar para ela no hospital e tinha convicção que ele ficaria bem”.

Exame indicava nascimento no dia 7 de junho. (Foto: Kísie Ainoã)

Abner teve convulsão, parada cardíaca, insuficiência nos rins e chegou a ficar sedado durante 20 dias. Mas uma das primeiras reações se tornou inesquecível para os pais. “Depois de dias sem nenhuma resposta positiva, nossa maior alegria foi quando ele abriu o olho. Foi o momento mais inesquecível”, descreve o pai.

Foram mais de 30 dias no hospital até os pais sorrirem novamente. “Ele teve uma evolução do dia para a noite, sem muitas explicações. Ele se tornou o bebê mais conhecido da UTI. Pais e enfermeiros o apelidaram de Milagrinho”.

Abner não só reagiu como saiu do hospital sem sequelas. “Hoje ele está em casa com a gente, sadio e sem nenhuma complicação, com a coordenação motora perfeita”.

Apesar da confusão, pai e mãe estão aliviados e só compartilham um desejo para o filho. “Saúde para o resto da vida”, descreve o pai. Sem desmerecer as razões médicas, Abner só pede para que os pais não percam a esperança. “A gente nunca pode deixar de acreditar. Nós não deixamos e conseguimos trazer o Abner para casa”.

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