Comportamento

Comunidade budista se reúne para mais um Hanamatsuri, o nascimento de Buda

Em sociedade budista de Campo Grande, na Chácara Cachoeira, festa reuniu pelo menos 150 pessoas

Thaís Pimenta | 09/04/2018 08:19
Festa das Flores é comemoração mundial ao nascimento do Buda criador da religião Budismo. (Foto: Thaís Pimenta)
Festa das Flores é comemoração mundial ao nascimento do Buda criador da religião Budismo. (Foto: Thaís Pimenta)

Tradição no Japão, não era de se assustar encontrar em Campo Grande - segunda capital com mais imigrantes japoneses- um cantinho reservado à fé original do país, o Budismo. O endereço é a discreta Sociedade Budista Nambei Honganji,  no Bairro Cidade Jardim.

No domingo, o local comemorou mais um Hanamatsuri, a festa das flores, nome popular que se dá para o evento comemorativo ao nascimento de Sidarta Gotama, que após atingir a iluminação tornou-se Buda. O ser foi conhecido como o "fundador" do Budismo. O evento é um Natal budista.

Na festa, comemorada no dia 8 de abril, constrói-se um santuário decorado com flores, no qual é depositada a estátua do Buda menino. Os visitantes rezam, agradecem ao nascimento do ser de luz, e jogam por duas vezes um chá adocicado sobre a escultura dele.

De acordo com o responsável pela comunidade, Ricardo Ito, a celebração é conhecida por esse nome porquequando o menino nasceu o mundo recebeu uma chuva de flores e néctar, como uma espécie de alerta para a grande benção que a Terra recebera

Fila para banhar Shaka. (Foto: Thaís Pimenta)
Fieis podem banhar duas vezes a imagem de buda menino. (Foto: Thaís Pimenta)

O monge Kanyu Kawakami, que veio de São Paulo para ministrar a cerimônia, revela uma história mais humana. "Diz-se que a mãe de Sidharta, Rainha Maya, sonhou com um elefante branco entrando em sua barriga e dias depois descobriu que estava grávida. A mulher sentiu pontadas do parto enquanto atravessava o Jardim Lumbini. Ela pediu para repousar. Ao deitar-se, viu adiante uma flor que se destacava num ramo e, neste momento, as contrações aumentaram, dando à luz a um menino", explica.

Leitura dos textos em Pali. (Foto: Thaís Pimenta)

Para quem não é budista, participar da cerimônia do Hanamatsuri é uma experiência diferente de tudo que já se viu. As recitações são feitas em japonês. Além disso, o monge responsável fala em sua palestra, a maior parte do tempo, em japonês. Apenas as vezes Kanyu conseguia traduzir com exatidão suas histórias para o português.

A beleza da festa está no altar decorado com flores para celebrar Buda. As vestimentas dos monges também nos transportam para o país oriental em questão de minutos. Na verdade, aquele momento parece um refúgio japonês em Mato Grosso do Sul, repleto de senhores de idade vindos do oriente.

Respeito e gentileza são palavras que definem os fieis. A cerimônia durou cerca de uma hora e quinze minutos e começou com a leitura coletiva do Sutra de Amida. Depois, os presentes puderam banhar à estátua e as orações se seguiram com o extenso Shôshingue.

Encerradas as recitações, as comemorações continuram no prédio, com o bazar beneficente, a comercialização de pasteis, karê-raisu, doces e bebidas.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram.

O altar da Sociedade Budista Nambei Honganji de Campo Grande. (Foto: Thaís Pimenta)
Nos siga no