Comportamento

Com tantas capas de celular tomando conta, banca resiste graças aos quadrinhos

O segredo de manter-se viva é a segmentação para o público geek, e eventos mostram que cena permanece viva

Thaís Pimenta | 11/11/2018 08:34
Geovani toca a banca há 15 anos, mas só há 3 realmente focou no público geek (Foto: Henrique Kawaminami)
Geovani toca a banca há 15 anos, mas só há 3 realmente focou no público geek (Foto: Henrique Kawaminami)

As poucas esquinas que contavam com bancas de revistas hoje continuam com a estrutura, só que ao invés de gibis, revistas e livros, há muitos anos esses locais vendem capinhas de celulares ou qualquer outro artigo que nada tem a ver com leitura.

Dá pra contar nos dedos as bancas que resistem ao tempo na cidade. E na rua Maracaju a Banca Elite é uma destas sobreviventes. Geovani Viegas é o dono há 15 anos e jura que mantém clientela expressiva até hoje. Isso se deve, como ele mesmo diz, à segmentação para o público geek.

“Meu forte aqui são os quadrinhos. Sempre os vendi aqui mas isso se tornou mais forte mesmo de uns 3 anos pra cá”, conta ele, que fomenta até mesmo os criadores regionais.

Banca fica na rua Maracaju, em frente ao Extra. (Foto: Henrique Kawaminami)

A tarde de sábado foi reservada para um rolê nerd com a primeira edição do Arte na Banca. “Eu movimentava antes o Quadrinhas na Veia, era um evento bem maior, com cosplay e tudo que envolve o universo, mas dessa vez optei por algo menor e criei o Arte na Banca”.

O evento reuniu gente que curte o mundo nerd, entre consumidores de quadrinhos e artistas que desenham os próprios personagens e histórias.

Ariane de Lima estava no rolê desenhando ao vivo a personagem Mera, da série Aquaman. Para ela, faltam espaços como a Banca de Elite.”Tá em falta mesmo. Eu não conhecia, fui saber que existia a banca por meio de conhecidos e achei muito bacana. Acho que ela tem tudo pra continuar viva, o Geovani é um cara gente boa”.

Quadrinhos regionais podem ser encontrados na banca Elite. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ariane de Lima reproduzia desenhos ao vivo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Prints estavam sendo vendidos há 20 reais. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Arte na Banca acontece bimestralmente e o próximo encontro já está marcado para o dia 12 de janeiro. Na estreia do projeto cerca de 15 pessoas passaram pelo local.

Emmanuel Merloti e Cláudio Dias faziam caricaturas durante o evento e são consumidores assíduos da Banca Elite. Amigos de Geovani, eles acreditam que o empresário acertou na hora de engajar-se com a cultura nerd.

"Ele é um cara que gosta disso, que se envolveu mesmo. A gente tem até grupo WhatsApp onde ele nos avisa quando chegam novas publicações. Aqui tem espaço até para os nossos quadrinhos" comenta Cláudio. 

(Foto: Henrique Kawaminami)

Gustavo Beltrão estava junto do sócio, Angelo Monteiro, da loja Formigas.com e só foi conhecer a banca por causa do evento. "Nós fizemos uma caneca para o Geovani sortear aqui no evento, com a logo da banca com a mesma fonte e estilo do Justiceiro".

Para eles, a cena geek está muito ligada à banca. "Eles se encontram aqui sempre, é como se fosse o happy hour deles mesmo. Existe uma comunidade em torno da banca e é realmente um ato de resistência e de sucesso ver a banca tão cheia assim". 

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