Comportamento

Com 18 anos de diferença do "sim" no cartório, irmãs agora vão dividir o altar

Paula Maciulevicius | 08/03/2016 06:45
Aline e Vanessa estão nos preparativos finais para o casamento duplo. (Foto: Alan Nantes)
Aline e Vanessa estão nos preparativos finais para o casamento duplo. (Foto: Alan Nantes)

Vanessa disse sim 19 anos atrás. Aline, há um ano. Irmãs, elas se casaram no civil com uma diferença de 18 anos e agora sobem juntas ao altar para a cerimônia religiosa. O casamento delas promete ser duplo também na emoção. As duas vão cruzar o corredor lado a lado até o altar, onde o pai as espera para conduzir aos maridos que voltaram a ser noivos.

Foi num almoço de família num domingo do ano passado que surgiu a ideia do casamento duplo. Vanessa, a mais velha, sempre quis casar de noiva na igreja. O sonho reacendeu depois que a irmã, Aline, dois anos mais nova, foi pedida em casamento.

"O noivo dela queria planejar um casamento em dois meses, mas não dá. Então conversando, a gente se perguntou: por que não casar junto?", conta a estudante de Medicina Veterinária, Vanessa Adolfo Ferreira, de 35 anos. O primeiro passo foi fechar quem faria o cerimonial para então a data na igreja e o buffet.

Convite tem as iniciais das irmãs. (Foto: Alan Nantes)

Por serem parecidas, Vanessa conta que não houve tanta divergência. De início, Aline sugeriu uma cerimônia de dia, mas prevaleceu a ideia inicial da irmã, que queria uma festa à noite seria mais glamourosa. Juntas, quando se encontram, o assunto é só casamento. A caçula abriu mão do horário, mas não do fotógrafo e assim cada uma faz um esforço pelo coletivo.

Elas chegaram também a procurar o vestido nas mesmas lojas, mas cada uma fechou numa por gostarem de modelos diferentes. Às vésperas da cerimônia, a lista de convidados é o que mais tem pesado. De início seriam 150, mas agora o número chegou a 260. Os familiares são os mesmos, mas os amigos mudam. No orçamento, o convidado "em comum", elas dividem. Já o que for só de uma, é arcado pela noiva que chamou. 

Não é só pela "economia" que o casamento se tornou diferente. Contando com a festa, a cerimônia deve sair, em média, R$ 30 mil para cada uma. Nas contas de Vanessa, sozinha ela não teria condições de fazer um casamento como está planejando. 

O que deixa especial é a entrada. Depois do pai ter sofrido dois AVC (Acidente Vascular Cerebral), andar ficou mais difícil, ter equilíbrio também. Então será o patriarca que vai esperar as duas à frente do altar, enquanto elas andam de mãos dadas pelo corredor da Igreja Perpétuo Socorro.

Juntas elas escolheram tudo, até entrada diferente. (Foto: Alan Nantes)

"O mais emocionante é isso, nós somos amigas e muito unidas. Meu casamento ganhou outro significado ao ser com ela, de dividir, compartilhar, essa é a palavra. Eu nunca imaginei que fosse conseguir realizar esse sonho e nem tampouco que seria com ela", resume Vanessa.

Entre os padrinhos, serão nove de cada lado e cabe aos filhos delas levarem as alianças. Vanessa tem um casal, Aline, apenas uma menina. Para a mais nova, a felicidade está também em compartilhar. "Não teve dor de cabeça de uma querer rosa e outra verde. Estou muito feliz, ainda mais de me casar com a minha irmã", comenta a estudante de Direito, Alinne Adolfo, de 33 anos.

Ter duas noivas na mesma cerimônia facilita na divisão de tarefas, além de ser muito mais prazerosa. "É diferente você casar e chamar sua madrinha para te acompanhar, ver o vestido. Irmã sabe de todos os perrengues que você passou na vida", compara Alinne. 

Na família, a emoção e a expectativa estão a mil. "Para os nossos pais é uma emoção muito grande, porque não foi nada combinado. Eu já tinha sido pedida em casamento e ela sonhava com isso", descreve Alinne. A mais nova prepara uma surpresa no grande dia para Vanessa. Algo que apenas elas e os pais vão entender o significado. 

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