Comportamento

Com 101 anos, eleitor faz questão de votar e ensina lição de cidadania

Elverson Cardozo | 26/10/2014 11:44
Nicanor votou logo cedo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nicanor votou logo cedo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Nicanor Alves do Amaral não precisa mais votar porque no Brasil o voto é obrigatório apenas até os 70 anos e ele já tem 101, recém completados no último dia 15 de setembro. Mesmo assim, o senhor, que mora em Amambai, a 360 quilômetros de Campo Grande, faz questão de ir às urnas.

Foi assim no primeiro turno deste ano e, agora, no segundo, para escolher o presidente e o governador do Estado. “A obrigação do voto é a obrigação de todo brasileiro, que é consciente dos seus deveres. Tem que votar, né? Tem que escolher o candidato que acha que está mais certo, porque cada um tem um palpite”, diz, em entrevista por telefone, momentos depois de deixar a zona eleitoral.

A filha, a professora aposentada Eizabeth Antônia do Amaral Mello, de 68 anos, que mora na Capital, conta que o pai é super comprometido com a política.

Aposentado tem forte relação com a política e faz questão de ir à urna. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ele fala que, enquanto puder andar e assinar, vai votar. Ele acha que a pessoa, estando lúcida, consciente, tem que contribuir para a construção da cidadania, para escolher um bom candidato”, conta.

Quem vê, diz, acha estranho porque é difícil se deparar com um idoso, ainda mais um de 101 anos, disposto a sair de casa para ir à urna, mas Nicanor é um dessas boas exceções. É um exemplo de pai e de cidadão comprometido, elogia a filha.

Elizabeth aprendeu com ele, desde cedo, a importância do voto consciente. “Eu, mesmo que não precise mais votar, vou, porque sou consciente e quero exercer meu direito igual o meu pai, enquanto andar e puder fazer isso”.

Não é por acaso que o morador de Amambai, nascido em 1913, chama a atenção por isso. Ele tem uma forte relação com a política. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal da cidade. Mas também tem uma vida profissional das mais ecléticas, destacou o jornal A Gazeta News, que acompanha a trajetória dele no município.

Em reportagem sobre os 101 anos do morador, datada do dia 20 de setembro, a publicação informa que, além de professor, Nicanor já atuou como mecânico de máquinas leves e pesadas, chaveiro, armeiro, ferreiro, ourives, relojoeiro e fotógrafo.

Nicanor casou-se em 1938, com Paulina Macena do Amarala, conhecida por Dona Nena. Foram mais de 7 décadas de convívio e oito filhos. Na sequência vieram 14 netos, 21 bisnetos e um tataraneto. A esposa faleceu em abril de 2011.

Nos siga no