Comportamento

Candidatos ao Mister Diversidade concorrem em votação na internet

Naiane Mesquita | 22/06/2015 06:45
Além da beleza, candidatos devem ser engajados nas lutas e direitos humanos LGBT (Foto: Higor Blanco)
Além da beleza, candidatos devem ser engajados nas lutas e direitos humanos LGBT (Foto: Higor Blanco)

Na lista de roupas para a sessão de fotos estavam marcas renomadas da moda internacional. Os cabelos são todos impecáveis e o nervosismo que pairava no ambiente era quebrado por brincadeiras eventuais.

Profissionais, os candidatos ao Mister Brasil Diversidade 2015 ignoravam a pouca experiência na arte de modelar e vestiram a camisa do concurso que vai ocorrer no dia 27 de junho, em Campo Grande.

A disputa integra a programação da II Semana Cultural Apolo MS Sem Homofobia, um período dedicado ao diálogo sobre os desafios e as lutas pelos direitos humanos LGBT.

“É um concurso cultural, mas que tem um cunho político muito forte em relação as causas LGBT, do respeito a diversidade. Os competidores assumem essa responsabilidade da beleza e também do foco político”, afirma o presidente-adjunto da Rede Apolo, Diego Rodrigues.

Ao todos são nove competidores dos municípios de Campo Grande, Três Lagoas, Ponta Porã, Dourados, Rio Verde, Bonito, Jardim, Ribas do Rio Pardo e Maracaju.

A ideia de fazer um ensaio especial surgiu do produtor e estilista Luiz Gugliatto, que buscava a igualdade na campanha de cada um ao título. “Eles enviam as fotos para a Revista A Capa e eles divulgam para a votação. Eles chegaram a enviar a foto, mas eu não queria que fosse algo desigual de acordo com a preparação de cada um. Então sugeri que fizéssemos um sessão no estilo de editorial de moda e o resultado foi bem bacana”, explica.

O clima no backstage era de puro companheirismo. Um ajudava o outro com a roupa e até a ajeitar o cabelo. “Está bem bacana o ensaio. Eu já tinha sido convidado a participar na última edição, mas eu sempre recusei com medo da superexposição”, afirma Giovani Piancelli, candidato que representa Três Lagoas.

Para ele, a partir do momento que há a definição para a sociedade não existem motivos para o medo. “Estou muito feliz. Tenho amigos de todas as religiões, evangélicos, por exemplo, héteros, bissexuais. Quando você define para a sociedade, surge uma troca, um retorno, que por vezes é bom ou não”, acredita. 

Quem for considerado o candidato mais preparado pelo júri de Mato Grosso do Sul, o que inclui beleza e engajamento nas causas LGBT, concorre na categoria nacional, que ainda não foi definida. "Não sabemos se vai ter o concurso nacional. Mas, vale lembrar que em 2013, o douradense Carlos Gabriel ganhou a competição nacional", relembra Diego. 

A programação completa e mais informações sobre a disputa estão disponíveis no site da Rede Apolo www.redeapolo.org.br/.

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