Comportamento

Cabeleireiro trocou de nome para atender apenas homens e sem usar camisa

Elverson Cardozo | 24/07/2014 06:35
Heitor atende sem camisa e faz do corpo o próprio marketing. (Foto: Marcelo Calazans)
Heitor atende sem camisa e faz do corpo o próprio marketing. (Foto: Marcelo Calazans)

O nome de batismo na Certidão de Nascimento é Conceição Severino Alves Junior, mas o registro sempre causou confusão e, para deixar claro que é homem, já que iria trabalhar atendendo apenas eles, o rapaz passou a se apresentar como Heitor Alves. O codinome foi adotado logo que ele abriu o próprio salão, na Vila Jacy, em Campo Grande.

Heitor Alves é um cabeleiro que faz cortes retrôs e moderninhos, raspados do lado, para os “manos”, algumas duplas sertanejas em início de carreira e a galera, diz, que curte o estilo mais undergroud. O detalhe é ele trabalha sem camisa, exibindo o corpo definido, conquistado na malhação que começou aos 15 anos, quando ainda era um menino “mirradinho”.

Hoje o rapaz tem 25 anos, pesa 80 quilos, distribuídos em 1,85 de altura, por 1,14 cm de peito, 100 cm de cintura e 78 de abdômen. As medidas exatas ele sabe de cabeça, afinal de contas elas não foram conquistadas do dia para noite.

Tatuagem do Inmetro é um dos destaques no corpo do rapaz. (Foto: Arquivo Pessoal)

A genética ajudou, claro, mas a dedicação aos treinos valeu tanto a pena que hoje Heitor faz questão de exibir os resultados, trabalhando sem camisa, mostrando a barriga trincada, marcada por uma tatuagem com o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Faz isso, diz, porque busca qualidade de vida, não gosta de se matar trabalhando e quer sentir-se livre. “Às vezes fico sem chinelos também”, conta. Justificativa à parte, fato é que o rapaz tem se valido do próprio corpo para fazer marketing e a estratégia, pelo visto, tem dado certo.

Sempre que termina um cabelo, Heitor convida o cliente para uma foto ao lado dele. “Eu gosto de ter uma lembrança comigo. Não é só o corte. É o momento que confraternizamos. Tem dias que a pessoa fica 2, 3 horas comigo aqui no salão”, explica.

A fama do cabeleiro sem camisa cresceu tanto que hoje Heitor se dá ao luxo de atender apenas clientes indicados e com horário marcado. No início, os “manos” eram do próprio bairro, mas agora vem gente de longe, de várias regiões da cidade.

De boa aparência e com o corpo em forma, o jovem desperta atenção de homens e de mulheres, recebe cantadas todos os dias, mas avisa: não é gay. “Como eu sou cabeleireiro o pessoal fala: 'Ah, esse cara é gay'. Isso é normal. Tem gente que confunde, me procura no Face, dá em cima, mas eu falo 'não rola, acho você está confundindo as coisas”, conta. “Mas não tenho nada contra não”, emenda.

O assédio é inevitável. Tem quem o confunda até com garoto de programa. Heitor, no entanto, diz que aprendeu a lidar com situação e até tirar proveito dela. “Às vezes eu tiro foto sem camisa, o cliente posta no Facebok, alguma mina vê e rola uma paquera”, conta.

Heitor também trabalha como modelo. (Foto: Arquivo Pessoal)

As garotas o procuram, pedem para atendê-las, mas o foco de Heitor são os homens. “E o que eu gosto de fazer”, resume. Ele corta e faz progressiva na cabeça dos rapazes que querem um visual diferente.

O corte custa R$ 20,00 e o alisamento sai por R$ 60,00 (incluindo o corte). O antedimento é por hora marcada e deve ser feito pelo telefone (67) 9108-6809. O salão fica na rua Brigadeiro Tobias, 1269, na Vila Jacy, próximo à Caixa Econômica da Avenida Bandeirantes.

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