Comportamento

Bebê da virada, Liz veio um ano depois que Maria pediu para ser mãe

Maria Aline da Silva é a mãe da pequena Liz, a primeira bebê que nasceu em Campo Grande em 2019

Izabela Sanchez e Mirian Machado | 01/01/2019 09:49
Liz embalada no colo da mãe, Maria (Foto: Paulo Francis)
Liz embalada no colo da mãe, Maria (Foto: Paulo Francis)

Maria fechou os olhos durante um momento. Era a virada de 2017 para 2018 e, de olhos fechados, fez um pedido: quero ser mãe. Exatamente um ano depois, a empresária Maria Aline da Silva, 29, viu o rosto da filha Liz Mariano pela primeira vez. Bebê da virada, a primeira a nascer em Campo Grande em 2019, a pequena é o símbolo do amor de Maria e do empresário Márcio Mariano, 40.

Juntos há 10 anos, o casal planejou cada detalhe. Maria enfrentou a resistência e as críticas e decidiu ter o parto normal, ou natural, como é conhecido, e assim Liz veio ao mundo. Fruto de uma gestação de 9 meses completos, ela nasceu com 49 centímetros e 2,615 quilos.

Liz não aguentou a vontade de ver o rosto da mamãe e do papai e veio mais cedo. Esperada para nascer só no final de semana, a bebê pegou até o médico de Maria de surpresa, que está viajando, e mudou os planos do réveillon da família. A passagem de ano seria na casa de amigos, mas aconteceu na maternidade Cândido Mariano, onde Liz veio ao mundo 17 minutos depois da meia noite.

Liz, a primeira bebê nascida em Campo Grande em 2019 (Foto: Paulo Francis)

As dores de Maria começaram no domingo (30) e ficaram mais intensas na segunda-feira (31). A bolsa que carregava a bebê estourou às 19h. “Ela veio em grande estilo e estreou”, comentou a mãe. Isso porque nenhum ultrassom mostrou o rosto da bebê, grande surpresa para os pais.

“Veio ao som dos fogos, que estrearam a vinda dela ao mundo”, complementou Maria. O parto normal foi uma decisão que levou em conta, também, o medo da cirurgia cesariana, considerada por muitos especialistas e mulheres, invasiva para mãe e bebê. Para trazer Liz à luz Maria teve ajuda de um doula, a profissional que auxilia mulheres durante o parto natural, com quem fez cursos antes do tão esperado momento do parto.

Mas ser mãe é padecer no paraíso, e, dessa forma, nem tudo foi fácil. Maria sentiu muito medo e pensou várias vezes que não seria capaz. Meio aérea, parecendo não acreditar no que via, ela observava a filha durante essa manhã que inicia 2019. Apesar a filha ter nascido com a glicemia levemente baixa, mãe e bebê passam bem e devem ter alta ainda nesta terça-feira (1).

O pai, Márcio, olha a filha tão esperada (Foto: Paulo Francis)

Para fugir das críticas ao parto normal, a mãe só avisou a família quando a bebê nasceu. Uma forma, além disso, de ter um momento íntimo com o marido, memória que vão carregar juntos para sempre. Cada detalhe emocionou o casal, desde a preparação da bagagem com as roupinhas da pequena Liz,  que arrancou lágrimas do papai babão.

Sem a força do companheiro, afirma Maria, teria desistido do parto natural. Para Márcio, não foi uma tarefa fácil ver a esposa sofrer as dores do parto. “A gente não aguenta essa dor não, mas é uma dor de amor. Fiquei assustado por vê-la assim”, afirmou.

Desde pequena, Liz já deve receber, da mãe, empoderamento. Isso porque os cabelos cacheados são a esperança, da mãe, de que desabrochem na filha. E ela já está preparada: reuniu toda sorte de acessórios para embeleza o futuro “black power” de Liz.

“Foi emocionante, maravilhoso, ainda estou anestesiada”, contou. Liz, que antes ia chamar Isadora, foi um nome escolhido pela mãe, que apenas comunicou o pai: “olha, vai ser Liz”. Agora, Maria viaja no tempo, olhando ao longe, enquanto imagina a filha, os cabelos afro ao vendo e pessoas a chamando pelo nome: Liz.

“Momento mágico, porém cansativo, mas faria tudo de novo”, diz.

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