Comportamento

Autor do livro que Lula levou para prisão fala sobre mentiras da nossa história

Jessé de Souza foi mais um palestrante convidado pelo projeto Diálogos Contemporâneos

Thaís Pimenta | 17/04/2018 07:34
Jesse Souza é historiador, pesquisador e escritor brasileiro e é um dos nomes que Lula está lendo na prisão. (foto: Roberto Higa)
Jesse Souza é historiador, pesquisador e escritor brasileiro e é um dos nomes que Lula está lendo na prisão. (foto: Roberto Higa)

No quarto dia do ciclo de palestras Diálogos Contemporâneos, Campo Grande recebeu ontem uma das palestras mais diretas em relação a política brasileira e, por consequência, sobre a verdadeira história do Brasil. Escritor e historiador, Jesse de Souza ficou conhecido nos últimos dias por "acompanhar" o ex-presidente Lula na prisão, como autor do livro "A Elite do Atraso".

Com palavras afiadas e sem medir os palavrões, o pesquisador começa a palestra dizendo que tudo o que ouvimos e sabemos sobre o Brasil é uma mentira. Segundo ele, mentira essa criada pela elite Paulistana, em 1930, por meio da imprensa manipulada por ela e por meio da Universidade de São Paulo, responsável por "criar" estudos e termos que definiriam o Brasil, afim de tornar a estima do brasileiro baixa, dizendo que todo brasileiro é uma consequência de Portugal e que todos que estão no poder político do País são corruptos.

Debatendo o Personalismo, o Patrimonialismo e o Populismo, Jesse mostra dados sobre a sonegação fiscal no Brasil e os compara com os ínfimos valores arrecadados com a Operação Lava Jato. "Só em paraísos fiscais temos mais de um trilhão de reais não arrecadados, enquanto com a Lava Jato foram recuperados dois milhões", explica ele.

Jesse considera equivocada a interpretação de que a política no Brasil é corrupta, mas o mercado é símbolo da honestidade e o empreendedorismo do trabalho duro, "sendo que quem assume o poder das grandes empresas brasileiras são os donos do país. Seria coincidência?".

Auditório estava lotado em mais uma palestra do Diálogos Contemporâneos. (foto: Roberto Higa)

Ele também explica que, na verdade, as relações brasileiras foram baseadas no escravismo e no consequente ódio ao escravo, que depois veio a se tornar o ódio ao pobre, sentimento que justifica a desigualdade extrema do Brasil e o assassinato rotineiro a essa classe da população, além do esquecimento. 

"Mas como somos um País em maioria Cristão, jamais admitiremos isso, já que devemos ter amor ao próximo, de acordo com a religião", argumenta sobre o discurso de ódio crescente. porém camuflado.

Jesse finaliza trazendo o momento atual do Brasil, no qual milhares de brasileiros da classe média saíram as ruas pedindo a prisão do petista Lula, mas não corrupção, garante. "Se fosse assim, teríamos saídos às ruas pedindo a prisão dos outros também. Não fomos porque a corrupção é uma desculpa pra não escancarar a verdade. A causa é outra: o ódio ao pobre", finaliza.

O Diálogos Contemporâneos tem apoio do Campo Grande News.

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