Comportamento

Aécios e Dilmas entram na briga eleitoral por terem mesmos nomes de candidatos

Elverson Cardozo | 26/10/2014 07:18
Aécio Espinoza e a esposa Fátima. (Foto: Arquivo Pessoal)
Aécio Espinoza e a esposa Fátima. (Foto: Arquivo Pessoal)

No dia em que os brasileiros vão às urnas, neste segundo turno, para decidir quem vai governar o Brasil pelos próximos quatro anos, o Lado B dá a voz a quem passou a campanha toda ouvindo comentários e piadinhas porque, simplesmente, foram batizados com os mesmos nomes dos presidenciáveis.

São simples eleitores e nem todos gostam de política, mas nenhum desses “felizardos” conseguiram evitar o assunto já que, no país, só se fala na “grande festa da democracia”.

Aécio Espinoza Miranda, de 29 anos, morador do Aero Rancho, em Campo Grande, nunca foi tão assediado na vida, mas a presença do candidato tucano na corrida presidencial deu a ele uma amostra do que é a fama de um político brasileiro.

“Esses dias fui comprar um negócio, a mulher pediu meu CPF. Quando dei, ela viu meu nome e falou: 'Oh, Aécio, vou votar em você'. Depois, apertou minha mão. Foi muito engraçado”, relata.

Tem sido assim desde o início das eleições, diz, mas a situação ficou pior agora, no segundo turno. “Eu trabalho com telefonia, então, quando os clientes ligam e ouvem meu nome eles já falam. Alguns comentam que vão votar em mim. Isso acontece pelo menos quatro vezes por dia”.

Aécio leva na esportiva. As brincadeiras não lhe ofendem porque, afinal de contas, ele é um eleitor do candidato do PSDB. A esposa, a cozinheira Fátima Pires, de 50 anos, também declara voto ao tucano. Então, para eles, não tem crise.

Brincando, ela diz que é muito bom ser esposa do futuro presidente. “Eu caio na risada. Levo na brincadeira. O nome dele é raro de ser ver”, comenta. “Foi meu pai que deu. Ele colocou por causa do político mesmo. Eu gosto, claro”, conta o coordenador.

Por enquanto, o Aécio do Aero Rancho só ouviu comentários favoráveis ao candidato que nasceu em Belo Horizonte. Sorte a dele. A disputa tem sido acirrada, com ataques de ambos os lados.

Dilma Corrêa escuta comentários de todos os tipos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Por esse motivo, a empresária Dilma Corrêa Albergueti, de 39 anos, outra moradora da Capital, não pode dizer o mesmo.

“Sempre tem comentários, bons e ruins. Quando perguntam meu nome e digo que é Dilma alguns sorri e falam: 'Não é sério!' Repito que estou falando sério e aí começam: 'Mas não é a Rousseff não, né? Esse ano você não tem chance'. Eu logo corto porque não sou fã de brincadeiras desse tipo e não gosto de me meter em política”.

Para a Dilma campo-grandensse, que não revela o voto de jeito algum, as pessoas estão enfurecidas com a política. Se a revolta acaba, por si só, atingindo quem não tem nada a ver com o assunto, imagina quem assina igual?

“Mas também tenho meus fãs, ou melhor, tenho os fãs de carteirinha da presidente Dilma Rousseff, que vem e pedem: 'Posso dar um abraço na nossa presidente?' Eu falo 'calma, relaxa, que não sou a presidente, ainda'”, diz. Em algumas situações, Dilma Corrêa se diverte.

Uma outra mulher, que também tem o nome da presidente, mas não quer revelar o sobrenome, já se irritou bastante. “No começo era muito chato”, reclama. O momento que o país vive produz novos engraçacinhos, mas a piada, para ela, é antiga.

“Vem de anos. Não é de agora. No começo falavam: Ah, nossa presidente. Agora eu fico pensando “meu Deus, será que vou aguentar essas mesmas coisas?”, comenta, ao revelar que vai votar no Aécio porque escolheu a mudança.

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