Artes

Filme estreia na Esplanda em noite com vampiro e saci pantaneiro

Aline Araújo | 31/10/2014 21:50
Filme foi lançado hoje no Armazém Cultural. (Foto: Alcides Neto)
Filme foi lançado hoje no Armazém Cultural. (Foto: Alcides Neto)

Saci versus Vampiro e o que essa batalha histórica pode significar. O roteiro do novo curta- metragem da Render Brasil mistura o personagem mundial com um nome bem brasileiro, conhecido pelo gorro vermelho, o pular em uma perna só e a malandragem. No Dia do Saci, o filme é lançado no Armazém Cultural, com cerca de 200 convidados, muitos a caráter, no estilo terror bem-humorado, sugerido pelo curta.

A primeira exibição ocorre no principal cenário do filme, a Esplanada Ferroviária. A direção é de Fábio Flecha, que experimenta efeitos especiais e muitas caracterizações, colaborando assim com a formação de quem quer fazer cinema, mas não tem muito mercado em Mato Grosso do Sul. A Render tem o mérito de fazer, independente de qualquer outra avaliação sobre qualidade. Foram 5 filmes em 2 anos.

O nome Sem Fim é o mesmo do saci que entra em confronto com o vampiro, uma versão bem mais perigosa e esperta que o nosso “pererê”, mas tão nacional quanto. “O cinema é cheio de mitos, então porque não falar sobre os nossos mitos”, justifica o diretor.

 

 

O embate entre vampiro e o saci pantaneiro. (Foto: divulgação)

A produção executiva é de Tânia Sozza e a direção de fotografia assinada por Márcio Padilha. O elenco é sul-mato-grossense e o projeto foi viabilizado com recursos da Fundação Estadual de Cultura. As filmagens duraram apenas 5 dias. Priscila Godoy faz o papel de uma publicitária. Ao longo da preparação, a principal surpresa dela foi descobrir que a força do nosso folclore. “Muita gente acredita em saci. O melhor do filme é, justamente, poder mostrar a diversidade da cultura. Não é só entretenimento”, comenta.


O músico Márcio de Camillo também entrou no elenco e durante as gravações voltou um pouco à infância. “Eu sou do mato e minha avó sempre contava essas histórias de saci”.

No curta, não há violência. Há mordidas, mas a busca pelo sangue tem mais humor que terror. É uma comédia que começa com o ataque a um grupo de publicitários em Mato Grosso do Sul. Os crimes continuam até o vampiro encontrar o saci pela frente.

Apesar de alguns tratarem o saci pantaneiro como um menino branco, de cabelos ruivos e duas pernas, o filme tem a representação mais conhecida, graças a Monteiro Lobato. O vampiro é o mesmo de sempre, de cabelos longos e pele pálida.

Anderson Black é o protagonista nacional e também o responsável pela trilha sonora. Durante 7 meses, ficou sem cortar os cabelos para entrar de vez na pele do personagem. “Todo mundo se dedicou muito”, garante. Yan Braga é o oponente, o Vampiro europeu. A contar pela estreia, ele acha que a tarefa foi bem cumprida. “É muito bacana ver as crianças fantasiadas e interagindo”, diz sobre a festa de lançamento na noite de hoje.

É o 4º curta do projeto “Lendas Pantaneiras”, que já tem os curtas “Espera”, “Desafio da Viola” e “Enterro”. Para fechar o pacote, em 2015 a ideia é produzir o último dessa saga: “Aqui ó”. Depois, a ideia é reunir todos em um longa, para participar de festivais e, talvez, exibir na televisão. “Não dá para viver de cinema aqui hoje. Mas temos filmes de temas diversos. O cinema de Mato Grosso do Sul já mostra o nosso trabalho, por mais que seja difícil”, avalia Fábio.

O elenco de Sem Fim tem também Leandro Marques , Jurema de Castro, Renata Macedo, Expedito Di Monte Branco, Bruno Moser, Douglas Santos, Suzana Alcântara, Airton Raes, Igor Matheus e Claudeir Dilly.

Assim como os outros filmes da série, o curta deve ser disponibilizado em breve na internet.

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