Artes

Fotos colorizadas de Roberto Higa mostram Campo Grande viva e retrô

Ângela Kempfer | 28/02/2012 15:24
Blitz em frente à construção do Hospital São Lucas, na década de 70. (Fotos: Roberto Higa)
Blitz em frente à construção do Hospital São Lucas, na década de 70. (Fotos: Roberto Higa)

Tudo era preto e branco em uma época em que revelação colorida custava muito dinheiro e só existia em grandes centros no Brasil. A Igreja Matriz, o relógio da 14 de Julho, as obras e as transformações em Campo Grande eram registradas sem o colorido de uma cidade viva.

O preto e branco ainda hoje fascina fotógrafos e quem tem paixão pela imagem impressa, mas para Roberto Higa o diferente é sempre bem vindo.

Em uma nova exposição sobre a cidade que já rendeu muitos registros e mostras itinerantes, o nosso maior fotógrafo manipulou as cores, mas não a história.

Uma a uma, Higa foi colorizando fotos antigas, algumas de uma Capital que ainda era cidade do interior do Mato Grosso.

Nas décadas de 70 e 80, registrou personalidades e o cotidiano. Em 2012 olhou para as imagens em preto e branco e lembrou de cada ponto colorido na história. “Tive a idéia no Carnaval, ao ver uma foto minha de quando tinha 2 anos e foi colorizada para a minha mãe”, conta.

Higa chamou o web design Jair de Oliveira e pediu uma solução para colorizar o material, já que técnicas antigas já não funcionavam.

Antiga matriz de Santo Antônio, na Calógeras.
A foto do menino Higa, que deu a idéia sobre a mostra retrô.

“O papel mudou com o tempo e a impressão passou a ser feita em um material mais plástico. Tentei colorir como fazia antigamente, com nanquim, mas a tinta escorreu”, explica Higa.

No computador, foi recuperando semanas a fio o colorido original. A Igreja de Santo Antônio, que hoje está em prédio mais moderno, nos anos 70 era igrejinha. Azul e branca, em dia de missa era cercada por carros vermelhos, amarelos, azuis...

O relógio da 14 de Julho tinha um amarelo recortado pelo branco cal, bem diferente do visto agora no Centro da cidade.

Na exposição aparece até a mãe do prefeito, dona Terezinha Trad, que de preto e branco ganhou baton vermelho e blusa verde água.

Há também o curioso, como o veículo SP2 vermelho, sem placas de tão novo, parado durante um blitz em frente a construção do Hospital São Lucas, na década de 70. “Só tinha um carro desses aqui. Na hora lembrei da cor”, diz Higa.

A exposição de Roberto Higa será aberta hoje, às 19 horas, na Morada dos Baís. A entrada é franca. Apenas 6 fotos são colorizadas, outras 200 contam a história da cidade ainda em preto e branco.

Na exposição aparece até a mãe do prefeito, dona Terezinha Trad.
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