Artes

Saudade do pai que se foi vira música na voz de Renata Sena

Ao lado de Iuri Rodrigues, luso-brasileira que vive em Campo Grande fala sobre saudade, amor e luto em música

Thailla Torres | 02/05/2021 08:10
Em seu novo trabalho, “Ôh Mar”, ela fala sobre saudade, amor, luto, entre tantas outras emoções humanas. (Foto: Wilker Diego)
Em seu novo trabalho, “Ôh Mar”, ela fala sobre saudade, amor, luto, entre tantas outras emoções humanas. (Foto: Wilker Diego)

Renata Sena é uma cantora e compositora luso-brasileira, que vive em Campo Grande e agora busca emocionar através da profundidade de suas músicas. Suas letras revelam com intensidade e sensibilidade momentos marcantes da sua vida, que sempre foi dual e híbrida, devido às suas duas origens, portuguesa e brasileira.

Em seu novo trabalho, “Ôh Mar”, ela fala sobre saudade, amor, luto, entre tantas outras emoções humanas. As composições foram feitas em conjunto com o músico Iuri Rodrigues, e trazem um toque inovador à MPB misturando um pouco de bossa nova ao som da guitarra portuguesa.

Produzidas por Alexander Cavalheri e Ton Alves, têm influência de artistas como Madredeus, Baden Powell, Marisa Monte e Tom Jobim que são fontes de inspiração para a cantora. “O primeiro single que estou lançando é pra mim o ressignificar da morte do meu pai, passando do sentimento da dor da saudade, ao sentimento de gratidão pelo amor que me foi dado por ele em vida. É também a junção da cultura brasileira, com toques de bossa nova e da cultura portuguesa com traços do fado. Enfatiza também o maior ponto em comum entre o meu pai e eu, a paixão pelo mar e pela navegação”.

A canção se deu como um desabafo da alma perante uma folha em branco, conta Renata. “Aos poucos as palavras foram surgindo, os sentimentos foram sendo expressos e a saudade amenizada”.  Aliás, saudade é palavra que acompanhou Renata nos 25 anos de vida. “Entre mudanças e recomeços, carreguei tanto e tantos no peito”.

De Lisboa a Campo Grande veio o som do instrumento que a cantora considera um “portal da alma, quase uma oração”. (Foto: Wilker Diego)

Assim, reconhecendo o trabalho do multi instrumentista Iuri Rodrigues, ela teve certeza que era hora certa para fazer algo profundo. “Começamos a definir as melodias e harmonias à distância durante a pandemia, ele com o violão de um lado e eu cantando do outro, foi um processo bem interessante, complexo e emotivo, pois cada música concluída resultava numa série de declarações, lágrimas e gratidão de ambos”.

Numa determinada noite Renata escutava fado e tomava um vinho do porto com aa mãe, quando ficou mais uma vez impactada com a beleza do som da guitarra portuguesa. “Me dei conta de que eu realmente sou o resultado das minhas origens e de que eu não poderia deixar de fora essa parte de mim. Inicialmente era um sonho distante ter o som da guitarra portuguesa nas minhas músicas, pois não sabia nem por onde começar ou a quem recorrer, até que me lembrei do meu amigo Bruno Saavedra que é casado com um fadista incrível que é o Paulo Valentim”.

De Lisboa a Campo Grande veio o som do instrumento que a cantora considera um “portal da alma, quase uma oração”, diz. “Depois de tudo isso, vieram longos meses de produção musical”.

 A música de Renata Sena já está disponível nas plataformas digitais. Confira aqui.

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