Artes

Sarravulho prepara álbum com músicas inéditas para lançamento apenas digital

Aline Araújo | 08/11/2014 07:24
Ainda sem previsão de lançamento Sarravulho prepara novo álbum e anuncia shows em breve. (Foto: Divulgação)
Ainda sem previsão de lançamento Sarravulho prepara novo álbum e anuncia shows em breve. (Foto: Divulgação)

De uma levada brasileira que ora acalma, ora agita, além de letras bem pensadas, é feito o som do Sarravulho. A banda, que leva o nome de um dos pratos mais conhecidos da culinária da região de fronteira entre Mato Grosso do Sul e Bolívia, passeia em prosa e verso em ritmos que vão do samba ao maracatu, da bossa nova ao rock, tudo com muita leveza e brasilidade.

Erick é o dono da voz que caracteriza o som da banda, na companhia de Bruno Moser no baixo, Leandro Perez e Anderson Rocha nas guitarristas e Chico Simão na bateria e tambores, eles vêm desde 2011 consolidando o som que propoê remeter a complexidade cultural das misturas. Em outubro deste ano, o grupo voltou ao estúdio para gravar o novo disco e vem aí só com inéditas.

“Começamos a trabalhar em material novo. Vamos fazer alguns shows em breve pra dar aquela esquentada nos motores. Não dá para adiantar muita coisa (risos), mas será um disco 100% independente, sem fundos governamentais e acredito que lançaremos exclusivamente em meio digital, pela iTunes Store e outras lojas.” comenta. "Quanto ao título, temos uma ideia, mas ainda não posso divulgar, segura aê!” brinca.

Mas entres as canções do novo trabalho está a primeira composição de Erick, escrita em 1996. “Desde que entendi que podia fazer isso, nunca mais parei, compus de choro a punk rock, jazz e bossa nova. Compor virou um vício e uma forma de expressão”, diz.

A banda funciona no ritmos dos integrantes, já que todos tocam projetos paralelos. Leandro Perez, tem um projeto de música autoral ao lado de Perez. Bruno é ator, Chico toca no Tambores de Um Vento Bom. Andersom trabalha com música instrumental, além de estar a frente do Estúdio 45. Erick está compondo trilhas para filmes e um trabalho autoral em inglês que, por enquanto, não deve sair da gaveta.

O grupo faz um som com paixão pela arte, de quem respira som no dia a dia. Entre as músicas da banda, ganham destaque Estandarte de Sangue e Filhos de Xangô, gravadas em 2012. Além da versão feita para a música Lamento Sertanejo, de Gilberto Gil e Dominguinhos, no ano passado.

'Nossa proposta é fazer música brasileira, seja lá o peso que isso tenha, mas fazer uma música que fale a linguagem do Brasil, complexa, plural. Que entenda um pouco do que é nascer e viver aqui nesse País, nossa cultura é muito rica e nosso povo, simples a sua maneira, também. Nossa proposta é valorizar a música brasileira e contribuir para que ela não morra, resgatar o que acharmos que tem que ser resgatado, construir o que pudermos construir e principalmente, celebrar', comenta Erick.

Eles já tocaram em festivais e tiveram a oportunidade de fazer um intercâmbio cultural, conhecendo outros artistas como Criolo e Ney Mato Grosso. Mas o fundamental é o padrinho artístico: Milton Nascimento. “Motivo de muito orgulho e alegria pra nós. Ter o reconhecimento de alguém com esse calibre é algo indescritível e muitas vezes me peguei pensando em toda a nossa trajetória 'Leminskiana', bem do tipo 'distraídos venceremos', e tem sido assim”, resume o vocalista.

Milton Nascimento escreveu o prefácio do álbum Sarravulho lançado em 2012. E uma das características da banda é caminhar na literatura, com letras que remetem a textos de escritores como Jorge Amado, Lima Barreto e Paulo Leminski.

A banda está desde outubro preparando um novo trabalho (Foto: Divulgação)
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