Artes

Quem "se vira como pode" não liga para a escrita, só quer a sobrevivência

Ângela Kempfer | 22/11/2015 07:56
Mãe e filha em paz na diferença estampada nas roupas. (Foto: Marcos Ermínio)
Mãe e filha em paz na diferença estampada nas roupas. (Foto: Marcos Ermínio)

Não foi uma semana fácil para o mundo. Depois da sexta-feira 13 de terror na França, o Brasil lembrou de Mariana (MG), quase que obrigado por quem se revoltou diante dos refletores direcionados para o outro continente e dispensados no caos da lama que matou o Rio Doce e corre para o oceano.

O foco novamente se voltou para o mundo árabe, que sempre andou em paz pelas ruas de Campo Grande, como na imagem da mulher e da filha, registrada pelo fotógrado Marcos Ermínio.

O massacre distante também nos fez lembrar da dor que sentimos todos os dias, a cada nome apagado pela violência urbana potencializada pelo tráfico.

A mãe de Jorge Luiz de Souza Bento, viu o filho morto em um trilho na última quinta-feira, aos 22 anos, provavelmente por causa da droga. No instante congelado por Gerson Walber, ela chorou pelo o que não tem mais volta.

Para ela e tantos mais na periferia das cidades, a vida tem de seguir. Vale a sobrevivência de quem fica, mesmo que em um barraco onde o jeito é vender de pinga a "Columinho", sem se importar se esse tal produto tem algum significado para quem vive no asfalto, mostra a fotografia de Fernando Antunes.

Para fechar o Olhar da Semana fica a dica: O jeito é rir do que ainda tem graça, mesmo que nos falte os dentes.

 

Violência é dor que chega no susto e leva a paz. (Foto: Gerson Walber)
"Esquine" é fácil de traduzir, mas alguém ai sabe o que é "Columinho"? (Foto: Fernando Antunes)
O dente não faz falta quando a alegria ainda faz algum sentido. (Foto: Marcos Ermínio)
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