Artes

Projeto que nasceu para levar poesia às ruas circula de mão em mão no Centro

Após estampar muros e fachadas com poesia, projeto ganha livro e vai parar nas mãos do campo-grandense.

Thailla Torres | 15/02/2020 09:45
Livro de poesia foi entregue durante ação especial no Centro.
Livro de poesia foi entregue durante ação especial no Centro.

- Quem gosta de poesia?
-Ninguém senhor.
Aí recitei Negro drama dos Racionais.
- Senhor, isso é poesia?
-É.
-Então nóis gosta.
É isso. Todo mundo gosta de poesia.
Só não sabe que gosta.

É isso. O diálogo poético de Sérgio Vaz ganhou notoriedade nas redes sociais há alguns anos e mudou a vida de jovens artistas da periferia. O poeta brasileiro mostrou que o mundo dos versos não se restringe a escritores com linguajar pouco acessível e nem é arte dos intelectuais. Assim, com iniciativas populares, ele mudou olhar de meninos e meninos sobre a arte.

Adriany é idealizadora do projeto. (Foto: Guilherme Cavalcante)

É isso que tem feito a empresária e apaixonada por literatura Adriany Bueno, que dedica parte do seu tempo ao projeto Poesia de Rua. Na primeira fase do projeto, ela levou versos para muros e fachadas de Campo Grande que toparam abrigar poemas. O projeto, inclusive, foi matéria no Lado B e despertou o interesse em muita gente. “Várias pessoas entraram em contato para adotar uma poesia. E elas foram parar em espaços que a gente nem imaginava, no carro de motorista de aplicativo a becos na periferia”, comenta.

Uma das participantes no projeto lembra-se a empresária, desejava com os versos levar uma mensagem de esperança aos jovens do bairro. “Ela escolheu uma poesia que tem tudo a ver com a região e que despertou o olhar de jovens”, afirma.

Depois disso, Adriany quis que a poesia ganhasse as mãos do campo-grandense. Nesta sexta-feira, ela foi às ruas com voluntários do projeto entregar a primeira edição de um livro que traz poemas assinados pela escritora, jornalista e publicitária Ana Teresa Camargo. “A ideia é reforçar o convite para que artistas de Mato Grosso do Sul também embarquem nesse movimento”, explica.

Nesta segunda etapa, a ideia é que o livro circule de mão em mão e não fique parado. Voluntários entregaram exemplares e pediram para que quem terminasse de ler, doasse a alguém conhecido.

Além disso, o grupo incentiva que as pessoas tiram uma foto da página do livro ou qualquer outra poesia, e publique nas redes sociais, marcando amigos e colocando a hashtag #poesiaderuams.

“A escrita estava deixada de lado. A gente consome muita informação o tempo inteiro”, diz. “Mas a poesia te faz parar e pensar, é, também, uma forma de reflexão sobre o mundo”.

Além disso, o grupo incentiva que as pessoas tiram uma foto da página do livro ou qualquer outra poesia, e publique nas redes sociais, marcando amigos e colocando a hashtag #poesiaderuams.
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