Artes

Produzida em MS, série narra história do 1º grupo de rap indígena do país

Integrantes do grupo Brô MC's participaram como elenco principal do projeto

Danielle Valentim | 11/07/2019 08:45
Parte da equipe da Plug Produções. (Foto: Divulgação)
Parte da equipe da Plug Produções. (Foto: Divulgação)

Ao som de Eju Orendive - que fala de revolução e importância da aldeia unida - saiu o primeiro trailer da série Guateka, que em cinco episódios contará a trajetória do primeiro grupo de rap indígena do Brasil. A produção já rodou em algumas cidades do Brasil pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e agora será lançada no Canal Futura, no próximo dia 24 de julho.

O produtor e diretor audiovisual Thiago Rotta de Lima, de 35 anos, explica que a ideia de contar a história do Brô MC’s surgiu depois de uma oficina sobre o edital de investimentos TVs Públicas, do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e a Ancine (Agência Nacional do Cinema).

A proposta principal é o trabalho coletivo entre a produtora e um grupo da comunidade. Em princípio, as obras tem destinação inicial ao campo público de televisão. “Depois da oficina construímos a ideia e de cara pensamos no BrôMC’s, para que a história fosse contada do ponto de vista deles”, pontua Thiago.

A proposta principal é o trabalho coletivo entre a produtora e um grupo da comunidade. (Foto: Divulgação)
As filmagens duraram seis meses, mas todo o trabalho de edição e finalização levou cerca de um ano.(Foto: Divulgação)

Sócio-proprietário da Plug Produções, Thiago explica que as filmagens duraram seis meses, mas todo o trabalho de edição e finalização levou cerca de um ano. “As gravações começaram ainda em 2016 com cerca de 30 pessoas da produtora. Mas contando toda a equipe, inclusive da figuração participaram mais de 250 pessoas”, frisa Thiago.

A estreia foi fechada, mas antes disso a série foi distribuída pela EBC, por todo o país. Neste momento, apesar da ansiedade do lançamento, Thiago ressalta que o projeto só nasce agora, com a chegada ao grande público.

“Tem todo o sacrifício da produção, mas o projeto nasce agora. Porque é agora que veremos se o público vai gostar, se realmente conseguimos passar o que pretendíamos. É quando ele vai para o mundo que ele nasce”, esclarece.

Grato por se tratar de uma produção que saiu do interior do Estado, especificamente, Dourados, Thiago pondera que a continuação da série ainda dependerá do interesse das emissoras e do público.

Os integrantes participaram de todos os momentos.

Ao Lado B, um dos integrantes do grupo, o rapper Bruno Veron ressaltou que ele e os companheiros nunca se imaginaram como elenco principal de uma série.

“Nós atuamos mesmo, durantes os seis meses de gravações. Fomos o elenco principal e a gente nunca pensou em atuar no teatro, sempre pensamos que seríamos mais um grupo de rap. Mas as coisas acontecem”, disse Bruno.

Brô MC’s nasceu há dez em Dourados como o primeiro grupo de rap do Brasil. Bruno Veron e Clemerson Batista moram na Aldeia Bororó e os irmãos Kelvin Peixoto e Charles Peixoto na Jaguapiru. Os quatro pertencem à etnia Guarani Kaiowa.

Como publicado pela Agência Brasil, a distribuição da obra pela EBC seguiu a sequência: inicialmente para os canais dos segmentos comunitário e universitário; após três meses, para as emissoras que exploram o serviço de radiodifusão pública e televisão educativa; e após 12 meses da distribuição inicial, para os canais legislativos federais, estaduais e municipais.

Foram disponibilizados recursos financeiros do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) no valor total de R$ 70 milhões, divididos de maneira equilibrada entre as regiões do país. 

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