Artes

Procurador usa experiência do trabalho para criar mundo de ficção em livro

Mauri Riccioti lançou seu primeiro romance ano passado e agora negocia um lançamento internacional

Eduardo Fregatto | 27/06/2017 12:05
Mauri ao lado da esposa, Sandra, no lançamento do primeiro livro. (Fotos: Acervo Pessoal)
Mauri ao lado da esposa, Sandra, no lançamento do primeiro livro. (Fotos: Acervo Pessoal)

O procurador de justiça Mauri Ricciotti, de 62 anos, é figura conhecida pelo trabalho do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, mas sempre teve vontade de se aventurar pelo mundo da ficção e literatura. Há mais de 15 anos, tentava esboçar as páginas do seu primeiro romance, o que ficava complicado diante rotina atribulada e dos conselhos que ouvia nos manuais para escritores de primeira viagem, que recomendavam um período de 3 a 4 meses exclusivos para a produção de um livro.

Foi só em 2014, quando passou a atuar na Corregedoria-Geral, que a inspiração finalmente veio, sem se importar com os horários intensos e o trabalho contínuo. “Eu precisava fugir um pouco do foco do meu trabalho e busquei escrever nas horas vagas: finais de semana, durante à noite”, relata Mauri. “Contrariei as recomendações e consegui escrever mesmo com o estresse inerente à Corregedoria. Na verdade, isso até me estimulou”, avalia.

Capa do primeiro romance escrito pelo procurador.

Toda a criatividade e esforço resultaram no livro “Um Encontro em Amsterdã”, um thriller de máfias que envolve romance e perseguição. A narrativa gira em torno da rixa das famílias mafiosas Sardelli e Romagnoli, após um encontro, no Aeroporto Schiphol, em Amsterdã, de Robert e Giovanna. A sinopse promete ao leitor muitas surpresas, entre deslizes e acobertamentos de condutas, a clausura de uma jovem mãe privada de seu filho, bem como tragédias e rancores que moldam os personagens.

Este primeiro romance de Mauri foi lançado em agosto do ano passado, na 24ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, pela Editora Scortecci. Agora, a obra pode ganhar as prateleiras da Europa. Mauri está negociando o lançamento de “Um Encontro em Amsterdã” em uma livraria de Portugal, da Editora Chiado, famosa por popularizar títulos nos países europeus, de língua inglesa, e africanos, de língua portuguesa, em formato físico e digital. Uma versão em inglês do thriller já está sendo revisada.

“Eu contratei uma empresa, de São Paulo, especializada em traduzir para o inglês, e agora estou revisando com um revisor local. Quero publicar um livro que tenha qualidade”, destaca Mauri.

Mauri utilizou a experiência como Procurador para desenvolver trama.

Para quem quiser adquirir “Um Encontro em Amsterdã”, a obra está disponível na Livraria Cultura, clicando no link.

Atormentado – O autor ressalta como os momentos caóticos e de estresse emocional podem gerar grandes inspirações artísticas.

De volta à Procuradoria, Mauri diz que agora sente mais dificuldades para colocar as ideias no papel. “Hoje estou em uma zona de conforto. O [ator, dramaturgo e escritor] Juca Oliveira diz que você precisa estar indignado para escrever, precisa estar atormentado com alguma coisa. Eu estou procurando ficar atormentado”, brinca.

As pessoas que já leram o thriller sempre voltam com elogios, o que dá estímulo para o Procurador continuar suas criações. Ele está escrevendo um próximo livro, sem conexão com o primeiro, que também abordará um mundo de crimes e emoções. Um terceiro, dessa vez com o Brasil como cenário, também está nos planos. “Já estou com essa outra história se desenvolvendo na minha cabeça. É bastante estimulante”, diz o Procurador e, agora, escritor de Mato Grosso do Sul.

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