Peça de Chico Buarque fecha festival de teatro contemporâneo neste domingo

“Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção,faça não
Pode ser a gota d'água.”

Inspirada na tragédia grega Medéia, de Eurípides, a peça Gota D’água de Chico Buarque e Paulo Pontes foi parar em um conjunto habitacional do Rio de Janeiro, da década de 1970. Medéia vira Joana, apaixonada por Jasão, um sambista. A montagem que chega a Campo Grande hoje vem de Dourados e fecha neste domingo a I Mostra de Teatro Ofit Cena Contemporânea.

A adaptação de Eder Rodrigues tem sete atores em cena, duração de 60 minutos e classificação 14 anos. O drama começa pela ambição do marido que faz de tudo para atingir sucesso nas rádios. O músico abandona Joana e os dois filhos para casar-se com Alma, a filha do dono de casas noturnas da comunidade o que leva Joana ao suicídio.

Antes, ela prepara um bolo envenenado para presentear Alma no dia do casamento. A noiva não come e com o fracasso do plano de matar seus inimigos, ela resolve dar fim à própria vida e dos filhos. Pega o bolo e divide entre eles. No final, ao invés do bolo, Jasão recebe os corpos dos três.

O espetáculo encerra o Ofit, festival criado para fortalecer o teatro em Mato Grosso do Sul, com peças nacionais selecionadas pelo curador Guilherme Marques (SP) e pelo diretor teatral Nill Amaral (MS).

Durante quatro dias, o público pode assistir “Eu Vi o Sol Brilhar Em Toda Sua Glória”, “Facas nas Galinhas” – de São Paulo, e Estamira – do Rio de Janeiro.

Os ingressos custam R$ 10 inteira e R$ 5 a meia-entrada, a I Mostra de Teatro Ofit Cena Contemporânea ocorre no Centro Cultural José Octávio Guizzo, na rua 26 de Agosto e apresentação hoje será às 20 horas.