Artes

Grupo acampa em ateliê para debater arte contemporânea, pintura e intervenção

Elverson Cardozo | 09/04/2014 06:43
Acadêmicos da Unigran chegaram cedo para montar acampamento no ateliê. (Foto: Cleber Gellio)
Acadêmicos da Unigran chegaram cedo para montar acampamento no ateliê. (Foto: Cleber Gellio)
Primeiro dia de seminário foi no Marco. (Foto: Marcelo Victor)

Um grupo de 30 acadêmicos da Unigran (Universidade da Grande Dourados) desembarcou ontem (8) em Campo Grande e está acampado no ateliê da artista plástica Ana Ruas, no bairro Tayamã Park, para participar do seminário “Entre vários olhares: da pintura à intervenção”, que começou nesta terça-feira (7) e termina amanhã (10).

O projeto, contemplado pelo Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais, de 2013, tem como objetivo principal a difusão e valorização do debate crítico para a formação de público para arte contemporânea em Campo Grande.

Com inscrições gratuitas, o seminário atraiu gente disposta a aprender, como os alunos, estudantes de Arquitetura e Urbanismo, que vieram em uma verdadeira caravana, além daqueles que já carregam a experiência nas costas e tem o dom e o prazer de ensinar.

Na lista de convidadas e palestrantes, que são de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal, nomes como Aline Figueiredo (crítica de arte, curadora e historiadora), Leda Catunda, (pintora, escultora, artista gráfica e visual), Lucia Koch (artista plástica), Maria Adélia Menegazzo (escritora e professora universitária), Marília Panitz (mestre em arte contemporânea), Sandra Tucci (artista plástica) e Saleti Barreto (curadora e produtora cultural).

No Marco (Museu de Arte Contemporânea) e no ateliê de artista, elas se revezam para falar sobre a arte contemporânea, por meio de leituras, debates e apresentações de experiências.

Intenção do evento, diz Ana Ruas, é ampliar o conhecimento com relação à arte contemporânea. (Foto: Marcelo Victor)

A intenção do evento, diz Ana Ruas, é ampliar o conhecimento com relação à arte contemporânea e observar onde a pintura está inserida. “Tem que ser discutido porque, tanto o MS quanto o MT, utiliza muito a pintura como linguagem”, disse.

Professor da Unigran, nos cursos de arquitetura, engenharia e artes visuais, Magno Missirian resolveu trazer os alunos porque, em sala, na disciplina de estética e história da arte e arquitetura, já trabalha com eles a pintura e intervenção urbana.

No ano passado, por exemplo, os alunos pintaram 25 muros na cidade. “Uma das coisas que a gente percebe e, como diz a música, é que o artista tem que estar onde o povo está. A pintura e a arte estão tomando esse caminho”, afirmou.

No terceiro semestre do curso de arquitetura, Stela Fernandes, de 19 anos, acha que as duas áreas dialogam e, por isso, o seminário é importante na formação acadêmica. “É importante para a gente aprender sobre intervenção urbana. Acho muito criativo a forma como ela pinta. Ela faz uma análise, valoriza o entorno. Nada é por acaso”, comentou, referindo-se ao trabalho de Ana Ruas.

Acadêmicos aproveitaram para visitar a intervenção Plano B. (Foto: Marcelo Victor)

Como resultado, no final do seminário três textos críticos sobre os temas abordados serão publicados em um portfólio digital, contendo temas relacionados às palestras realizadas.

Prêmio Funarte – Mais de 900 pessoas participaram do Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais de 2013, mas apenas 10 foram contempladas, entre elas Ana Ruas, que ficou na quarta colocação. A artista é a única mulher a representar o Centro-Oeste.

Realizado pela Fundação Nacional de Artes Funarte (Funarte), em parceria com o Ministério da Cultura e com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, o edital contribui para o fomento e a difusão da expressão artística considerando o reconhecimento das mulheres nas artes visuais.

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