Artes

Fofura de sobrinho em tela faz arte de terena se destacar na internet

Na última semana arte de indígena sul-mato-grossense foi parar nas redes e chamou atenção

Thailla Torres | 28/11/2020 08:05
Sobrinho foi inspiração para Cuca criar tela (Foto: Arquivo Pessoal)
Sobrinho foi inspiração para Cuca criar tela (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 47 anos, Libencio Lourenço, o Cuca Fieel como é conhecido nas redes sociais, é pintor e tatuador terena que sonha ver sua arte ganhar o mundo. O que ele não imaginava era ganhar tantos compartilhamentos nos últimos dias depois de ter a fofura do sobrinho Thomaz como inspiração numa tela colorida, pintada por ele, como forma de retratar a suplica pelo olhar sensível ao Pantanal e toda natureza.

Só em sua página no Facebook foram mais de 10 mil compartilhamentos. O rostinho de Thomaz e a tela pintada pelo indígena sul-mato-grossense também foi parar em diversas páginas do Instagram.

"Eu fico muito feliz e agradecido por minha arte começar a ser a ser reconhecida em nosso estado e quem sabe no Brasil e no mundo, qualquer artista que tem o reconhecimento fica lisonjeado em ver seu trabalho ganhar espaço", descreve o artista.

Cuca ao lado do sobrinho (Foto: Arquivo Pessoal)

A tela intitulada "Salve o Pantanal", onde o sobrinho foi sua inspiração, foi feita para ele participar de um concurso estadual para premiar os melhores artesãos e artistas indígenas. Mas sem conseguir realizar a inscrição, resolveu publicar o trabalho como forma de conscientizar sobre as queimadas Pantanal. "Mas eu não imaginava tanta repercussão", diz.

Cuca nasceu na aldeia Ipegue, em Aquidauana, mas atualmente mora em Nioaque, a 144 quilômetros de Campo Grande. É pintor, letrista e agora iniciou na arte da tatuagem.

"Desde criança eu gosto de desenhar, comecei fazendo trabalhos de escola, desenhava a Turma da Mônica, mas meu favorito era o Connan o Bárbaro. Também trabalhei com pintura de casas, letreiros e desenhos, mas as telas sempre foi uma paixão".

Cuca que já levou sua arte para o Festival de Inverno de Bonito e Festival América do Sul de Corumbá, procuro retratar a natureza aos olhos do índio. "Pintar para mim é vida. Na pintura expresso todos os meus sentimentos. E aos olhos de um índio terena eu consigo imaginar o que os animais e meus patrícios  estão passando com a perda das nossas florestas e os nossos animais do Pantanal sul-mato-grossense. Que eu consiga conscientizar as pessoas", torce.

Você pode acompanhar mais do trabalho de Cuca na sua página do Facebook.

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Tela que chamou atenção nas redes sociais. (Foto: Cuca Fieel)
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