Filme viaja pela música fronteiriça através de Marcelo Loureiro

Durante o final da pandemia, a ideia de produzir um filme sobre a música fronteiriça através do multi instrumentista Marcelo Loureiro surgiu na mente da cineasta Ana Carla Loureiro. Tendo viajado por seis cidades sul-mato-grossenses e duas paraguaias, o documentário “A Alma da Nossa Música: Marcelo Loureiro” ganhou sua estreia em cinema nesta quinta-feira (25).

Em evento para convidados da produção, área da cultura e imprensa, a cineasta contou ao Lado B sobre a experiência de unir um tema regional à história pessoal de Marcelo, que é seu primo. No filme, que é o primeiro episódio de uma série a ser construída sobre as artes sul-mato-grossenses, a narrativa leva para uma viagem sobre parte da história e influências que resultaram no estilo musical tão presente no Estado. 

“Esse filme não é especificamente sobre a vida do Marcelo Loureiro, mas sobre a música dele e a influência fronteiriça da música. As duas coisas conversam”, explica Ana.

Para construir a trajetória do artista e falar sobre a relação com a música, a equipe saiu de Campo Grande e foi até Bela Vista, passando por Nioaque, Sidrolândia, Jardim e Guia Lopes da Laguna, cidade em que Marcelo passou a infância. 

Além disso, a produção também foi levada para as cidades paraguaias Bella Vista Norte e Assunção. “Estivemos em Assunção para colher alguns depoimentos e também para gravar um clipe da guarânia que motivou esse filme”.

Explicando sobre a guarânia em questão, Ana detalha que ao fim da pandemia, havia ido à casa de Marcelo para filmar uma música. No local, ele mostrou um arranjo que havia criado e explicou que era referente a uma música especial para o avô.

Para a surpresa de Ana, Marcelo havia guardado um vídeo tocando a guarânia "Mi Dicha Lejana" com o avô e, a partir do registro, surgiu a ideia do documentário. 

Entre os destaques do filme, a diretora cita os depoimentos de pesquisadores e músicos sobre o estilo de fronteira, assim como a apresentação do lado compositor de Marcelo. 

“Outra coisa importante a se dizer é que esse projeto só aconteceu por causa do financiamento público. Esse investimento é necessário demais para nós, diretores que estamos começando, que estamos dando os primeiros passos na trajetória”, diz Ana Carla.

Já para Marcelo, personagem principal do filme ao lado da música regional, ter mais uma produção sobre o assunto é importante em diversos níveis. “Com esse documentário, a gente consegue aproximar a música fronteiriça de novos públicos, conseguimos trazer para mais perto. Essa é uma bandeira que eu carrego desde meus 11 anos, quando decidi e entendi que, de certa forma, eu tinha nascido para a música instrumental”. 

Outro ponto é que além de contar sobre sua história, o artista pôde investir na experiência de produzir a trilha sonora. “Conseguimos contar também um pouco da minha história através de uma música que significa muito para mim e para minha família”. 

E, para fazer com que as informações passadas no documentário se espalhem, o filme será exibido em algumas escolas com bate papo com Marcelo Loureiro e disponibilizado no Youtube. Para acompanhar, o perfil no Instagram é @aalmadanossamusica, sendo o mesmo endereço também no Youtube. 

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