Artes

Exposição tem índio com uma câmera na mão e tudo que a luta pela terra significa

Thailla Torres | 25/08/2016 10:20
Fotografia na retomada Ñanderu Marangatu. Neste dia, conflito matou indígena Semiâo Vilhalva. (Foto: Dionedison Terena)
Fotografia na retomada Ñanderu Marangatu. Neste dia, conflito matou indígena Semiâo Vilhalva. (Foto: Dionedison Terena)

Com imagens que dispensam palavras, o fotógrafo Dionedison Terena mostra a resistência cultural e a luta pela terra em Mato Grosso do Sul. O trabalho é diferente porque tem o olhar de uma das partes envolvidas nesse conflito. Dionedison nasceu na aldeia Bananal, em Aquidauana.

Na exposição “Noneti - Uma câmera, um índio e 500 anos de opressão", estão 25 fotografias registradas durante mobilizações das comunidades terena e guarani pela demarcação de territórios tradicionais na região de Caarapó, Aquidauana e Antônio João. A luta chegou até Brasília, que também foi capturada pelas lentes de Dionedison.

O resultado para ele é também um autorretrato em preto e branco, sobre indignação e dor. "Conta a história e o momento da luta indígena. Para mim, é a forma de me expressar e dar visibilidade aà situação que ocorre dentro da comunidade, a luta pelos direitos e o respeito", explica Dionedison

O momento dos registros teve peso de desafio. "Existe uma dificuldade na hora de fazer, porque vem essa indignação, revolta, a dor dentro de nós. Eu precisei lidar com isso para superar esse sentimento que corre dentro de mim", revela.

Essa é a primeira exposição dele em Campo Grande. "É uma grande oportunidade e a esperança que essas fotografias cheguem à sociedade para mudar, principalmente, a forma como vem tratando as comunidades indígenas. Que eu possa chegar em vários lugares do nosso País e inclusive fora, para mudar a forma que a mídia vem tratando as comunidades indígenas", diz.

A exposição segue até (26), na sede do Teatral Grupo de Risco, que fica na Rua José Antônio, 2170. Hoje (25), começa às 19h e haverá uma roda de conversa com o fotógrafo e uma degustação da culinária indígena. A entrada é gratuita.

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Mulheres no Tekoha Guyra Kambi'y, em Douradina. (Foto: Dionedison Terena)
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