Artes

Em uma jornada pessoal, músico registra no Japão o dia a dia de um mundo novo

Thailla Torres | 04/04/2016 06:45
Adrian na estação de Kanazawa, na cidade de Ishikawa, um dos tantos lugares que ele visita no Japão. (Foto: Arquivo Pessoal)
Adrian na estação de Kanazawa, na cidade de Ishikawa, um dos tantos lugares que ele visita no Japão. (Foto: Arquivo Pessoal)

Campo Grande andava pequena e para renovar as ideias, Adrian Okumoto, de 29 anos, resolveu ir para o outro lado do mundo em busca de inspirações. Por aqui, tocava baixo na banda Chá Noise e trabalhava como vídeo maker. Lá, virou operário de fábrica e decidiu registrar tudo, para mostrar os desafios e descobertas do dia a dia.

A ideia também é contornar a saudade e a solidão em um país tão distante como o Japão. Adrian investe nos vídeos, feitos pelo celular, para aproximar a cultura japonesa de Campo Grande, mostrando a rotina, os lugares, pessoas e até as aulas de japonês.

No "Chapanoise no Japão", é possível acompanhar, por exemplo, o rapaz comento o original macarrão japonês, até a sorte de encontrar três mulheres de Campo Grande também visitando o país.

"Todo dia me surpreendo com alguma coisa". (Foto: Arquivo Pessoal)

“Estou feliz de ver que os vídeos estão aproximando e causando curiosidade nos amigos e conterrâneos de Mato Grosso do Sul. Recebi um vídeo de um rapaz que se identificou com o tema e achei demais receber e provocar esses sentimentos de admiração”, comenta.

Adrian pretende morar cerca de dois anos no oriente, no lugar que visita pela terceira vez. “Trabalho com música e vídeo no Brasil e o Japão sempre foi inspirador pra mim”.

No mínimo, quem vê as experiências lá longe percebe quanto a cultura japonesa é complexa e complementar para quem é descendente. “A arte japonesa, apesar de ser muito diferente, sinto que completa o meu lado brasileiro. E a questão que me chama a atenção é como dois povos tão distintos e opostos, podem se complementar tão bem”.

 

Foto na estação da cidade de Komatsu, capital da província de Ishikawa, Japão. (Foto: Adrian Okumoto)

“Identificava-me com as letras positivas e cheias de energia e aos poucos, de forma intuitiva fomos encontrando os integrantes até chegar nessa fórmula que considero perfeita”.

A ideia é voltar para casa cheio de experiências, disciplina e tecnologia para unir com o lado criativo e alegre do Brasil. Misturando influências para chegar a produções originais.

“Tenho orgulho da cena musical de Campo Grande, e viajando pelo mundo, percebo que é rara a qualidade e a originalidade da música que se produz por aí. E o Japão é um país disciplinado que está sempre evoluindo, por isso todo dia me surpreendo com alguma coisa... Mas isso deixa pros meus vídeos explicarem”.

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