Artes

Em última Kombi exclusiva, amigos sonham em levar teatro a toda América do Sul

Grupo Casa - Coletivo de Artistas conseguiu adquirir uma versão única e limitada do famoso veículo para transportar seus espetáculos

Eduardo Fregatto | 06/06/2017 08:03
O coletivo posa para foto antes da primeira viagem pelo Estado com a nova Kombi. (Foto: André Bittar)
O coletivo posa para foto antes da primeira viagem pelo Estado com a nova Kombi. (Foto: André Bittar)

Símbolo da liberdade e do movimento hippie dos anos 60, a Kombi, da Volkswagen, se tornou um dos veículos mais famosos e emblemáticos da história. Até hoje carrega uma forte carga histórica. Aparecendo em filmes e séries, virou objeto de culto e admiração.

Em Campo Grande, um grupo de amigos e artistas, que se reúnem no Grupo Casa - Coletivo de Artistas, realizaram o grande sonho de ter sua própria Kombi. Agora, vão ganhar as estradas do Estado, do País e, se tudo der certo, das Américas.

A alegria foi tanta que o coletivo, fundado pelos atores e diretores Fernando Lopes e Lígia Prieto, decidiu batizar o automóvel de "Teuda Bara". É um tributo à atriz de mesmo nome, integrante original do Grupo Galpão, uma das mais importantes companhia de teatro do Brasil, fundada em Belo Horizonte, nos anos 1980.

"Eu tenho 43 anos, e estou realizando um sonho antigo", destaca Fernando. "A Kombi é quase um fetiche, né? Um carro que simboliza alegria, que chama atenção. E ainda homenagemos uma atriz que admiramos tanto, é algo que nos aproxima do nosso ideal", resume.

Teuda é uma Kombi única e especial, uma edição comemorativa lançada em 2013 em apenas 600 unidades limitadas. Foi uma forma de dizer adeus ao veículo de 56 anos, o modelo que mais permaneceu em produção no Brasil. A pintura da Kombi "Last Edition" é azul, com teto, colunas e para-choques brancos e o modelo tem capacidade para 9 ocupantes. No lançamento, cada uma chegava a custar R$ 85 mil.

Grande e espaçosa, o interior da Kombi ficou pequeno com a bagagem e utensílios dos artistas. (Foto: André Bittar)
O veículo ganhou o nome de uma atriz do teatro brasileiro, ídolo dos artistas do Grupo Casa. (Foto: André Bittar)

De acordo com Lígia, o pagamento de Teuda Bara foi feito com um Fiesta de R$ 20 mil como entrada, e terá mais 48 pagamentos de R$ 1.800,00. "Isso nos obriga a trabalhar mais ainda".

Ontem mesmo, o coletivo iniciou uma viagem que vai passar por Três Lagoas, onde apresentarão a peça "Paixão de Romeu e Julieta", e depois seguem para Dourados, para participar de uma contação de histórias. "Nosso objetivo é rodar o País com a Kombi e até a América Latina", diz Fernando.

Oito dos integrantes do Casa viajaram apertadinhos. "Nós percebemos que temos muito mais coisas do que imaginávamos", diz o ator, ao perceber como o interior do carro, grande e espaçoso, ficou pequena diante das bagagens e acessórios do grupo. "É uma experiência que muda tudo, pois agora vamos todos juntos, aprendendo mais a conviver, a compartilhar os momentos juntos, como uma família".

Para os integrantes mais jovens do coletivo, como Samuel Alejandro, de 18 anos, a Kombi também é uma realização e representa um símbolo da arte e da mensagem que o grupo transmite. "É muito maluco", define "Foi como um sonho, a gente foi em mutirão [na concessionária] buscar, muito felizes", conta.

Por mensagem de texto, logo após a realização da primeira viagem com a Teuda, Lígia nos enviou uma mensagem, que reafirmava o amor pela nova integrante do Grupo Casa: "Nós amamos nossa Teuda", disse.

Fernando realiza sonho antigo de ter o próprio automóvel para viajar espalhando sua arte. (Foto: André Bittar)
Atores do coletivo nos últimos preparativos antes de colocar o pé na estrada. (Foto: André Bittar)
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