Artes

Campão Cultural também espalha arte super colorida por muros e prédios da cidade

Intervenção artística acontece em diferentes pontos do centro de Campo Grande com artistas de vários estados

Jéssica Fernandes | 02/12/2021 08:05
Arstista Rafael Mareco grafita painel colaborativo. (Foto: Jéssica Fernandes)
Arstista Rafael Mareco grafita painel colaborativo. (Foto: Jéssica Fernandes)

Os prédios, paredes e muros de Campo Grande estão recebendo cores vibrantes, ganhando um novo significado e sendo preenchidos por figuras com diferentes estilos e impressões. A versatilidade na estética é resultado do trabalho colaborativo de artistas da cidade e de outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

Através do grafite, o grupo está realizando intervenções artísticas nos espaços e construindo uma mudança no cenário da cidade. A ação faz parte da programação de eventos do Campão Cultural, que ocorre simultaneamente em várias regiões da cidade.

No cruzamento das Ruas 26 de Agosto e 13 de Maio, os artistas Rafael Mareco, 29 anos, e Thais Maia, 26 anos, seguem focados na finalização do mural. Na tarde de ontem (01), eles estavam ajustando os últimos detalhes dos desenhos que criaram.

Beija-flor é uma das figuras do mural na Rua 26 de Agosto. (Foto: Marithê do Céu)

Sem temas definidos, cada grafiteiro teve liberdade de desenvolver e inventar a própria arte. A Maia decidiu produzir quatro gatos com uma estética mais psicodélica e colorida. Ela fala que o amor pelos bichinhos serviu de inspiração na hora de produzir o mural. “Eu gosto de pintar gato, cada um de um jeitinho, porque os pets são muito negligenciados e abandonados. Então, trazer eles para a paisagem urbana é algo que pode fazer as pessoas terem mais empatia”, explica. 

Já o MRCO fez a figura de uma menina com uma lata de spray na mão e pequenos cogumelos. Ele comenta que a proposta dos grafites é trazer algo que abrace todos os estilos. “O tema é diversidade e estamos colocando de pouquinho em pouquinho essa ideia. A galera tá circulando aqui e gostando bastante, porque era um muro apagado”, conta.

Além dos dois, a artista do Rio de Janeiro, Rafamon, assina o mural colaborativo. O grafite dela é um beija-flor de asas abertas com as penas nas cores amarelo, laranja, verde, azul, rosa e roxo de diferentes tons. 

Maia ao lado de um dos gatos que está criando. (Foto: Jéssica Fernandes)

Ainda na Rua 26 de Agosto, mas no cruzamento com a Avenida Fábio Zahran, os artistas Hero, Amarelo, Curumex, Tita Vilalba, San Martinez e João Ravnos são responsáveis por grafitar painéis do lado esquerdo e direito da via.

Victor Pereira, 25 anos, o Hero, está desenvolvendo um grafite em 3D e prestando homenagem a outras duas pessoas que fazem referência à cultura negra e indígena. “Eu quis fazer um dos estilos do grafite que é o 3D e trouxe meu mestre do Grupo Camuanga de Capoeira Angola, o José Leandro Leite. Eu pedi autorização para a Vitória que é a miss indígena da Aldeia Urbana Marçal de Souza”, explica.

Acostumado a fazer intervenções somente nos bairros, ele revela que realizar o trabalho na área central é diferente. “Por ser Centro, dá outro impacto, porque não tem tantos trabalhos assim em Campo Grande com essa pegada do grafite”, fala.

Hero comenta influência da cultura negra e indígena no processo artístico. (Foto: Jéssica Fernandes)

Na 14 de Julho com a 15 de Novembro, os artistas mineiros Gramaloka e Hyper estão fazendo uma índia kadiwéu grávida. O trabalho dos dois apareceu na reportagem do Lado B, onde o Hyper contou sobre o projeto.

Painel da índia kadiwéu grávida na Rua 14 de Julho. (Foto: Jéssica Fernandes)

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