Artes

Além de sala de cinema, antigo Cine Campo Grande terá teatro, café e galeria

Paula Maciulevicius | 03/02/2015 06:34
Coberto por tapumes grafitados, Sesc Cultura começa obra no segundo semestre. (Foto: Marcos Ermínioo)
Coberto por tapumes grafitados, Sesc Cultura começa obra no segundo semestre. (Foto: Marcos Ermínioo)

As obras devem começar no segundo semestre de 2015 e a previsão de término é só para o ano que vem, mas o Sesc Cultura promete ser um espaço de aplaudir de pé. Depois de efetivar a compra do Cine Campo Grande, na Rua 15 de Novembro, no Centro da cidade, o Sesc está na fase de aprovação de projeto junto à Prefeitura, para então ver a ideia tomar forma.

A proposta é de reunir teatro, cinema e artes num só espaço e de quebra, oferecer um café ao público. A diretora regional do Sesc, Regina Ferro, adianta que a intenção é de colocar um teatro "como nenhum outro em Campo Grande".

O projeto, do arquiteto Rubens Fernando de Camillo, vai trabalhar no terreno onde quase toda área é construída, pouco mais de 1,3 mil m². Atualmente com duas salas de cinema, a reforma vai transformar a sala da direita, com capacidade para 300 pessoas, em teatro com direito à caixa cênica. Segundo Regina, será a primeira da Capital, que permite a troca de cenários no palco entre um sobe e desce de estrutura.

Para galeria, Sesc já tem parte do acervo de Lídia Baís. (Foto: Marcos Ermínio)

Ainda conforme a diretora, na tentativa de deixar a sala de cinema com capacidade maior, o projeto vai trabalhar com camarotes para comportar mais público para filmes e até festivais de cinema.

"A missão do Sesc é de educar e dar qualidade à diversão", pontua Regina. Além do cinema e do teatro, uma galeria permanente vai contar a história das Artes de Campo Grande, com acervo que está, aos poucos, sendo adquirido pelo Sesc.

A coleção já conta com quadros de Lídia Baís e esculturas de Conceição dos Bugres, uma raridade hoje em dia. "O colecionador se dispôs a vender por conta da finalidade", explica. "Queremos contar o itinerário, como e quem passou, passou por ciclano, será uma galeria permanente", destaca a diretora.

Esculturas de Conceição dos Bugres também fará parte do itinerário das Artes. (Foto: Marcos Ermínio)

As ideias estão no que Regina considera como 'fase embrionária', mas já são de tirar o chapéu. O prédio em si, de acordo com a diretora, é bom e não será derrubado, apenas vai sofrer uma grande intervenção.

Até que a obra comece, os tapumes que escondem o antigo Cine Campo Grande foram grafitados. "Já denuncia o que vai ser", comenta. A fachada será contemporânea para já passar de cara a imagem de um local moderno. "E que atenda às necessidades da categoria", completa Regina.

Junto ao projeto de reforma, o Sesc estuda com a Prefeitura o que se chama de "análise de vizinhança", na tentativa de negociar um estacionamento ao lado do Cine. "Nós queremos que os nossos clientes tenham conforto", assegura.

A obra conta com suporte de consultores do Sesc para seguir o mesmo padrão dos Sesc Cultura já existentes no País. Por enquanto, a imagem demonstra o que o público pode esperar da fachada. A placa de ACM, material revestido em alumínio, que aparece em azul será amarela.

O cinema do Sesc é conhecido no Brasil por divulgar produções cinematográficas consideradas alternativas. Como fomentador de cultura, o Sesc trabalha com o cinema voltado para a comunidade por meio de exibições de longas e curtas metragens com preços acessíveis ou gratuitos. Em São Paulo, por exemplo, além de exibir filmes, o Cine Sesc oferece cursos, mostras e exposições com preços de R$ 2,50 até R$ 10. 

Com fachada contemporânea, Sesc Cultura será espaço multiuso.
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