Arquitetura

Cem anos da Santo Antônio e as lembranças de quem cresceu na igreja

Mariana Lopes | 27/04/2012 18:32
As duas partilham o banco da igreja, além de muitas histórias (Foto: Minamar Junior)
As duas partilham o banco da igreja, além de muitas histórias (Foto: Minamar Junior)

Por trás de um templo, histórias da vida real avivam a paróquia mais antiga de Campo Grande, que faz aniversário neste mês. Os cem anos da Santo Antônio revelam lembranças e emoções de paroquianos que franquentam a igreja desde quando as principais ruas da Capital, 14 de Julho e Sete de Setembro, ainda eram de paralelepípedos.

Nascidas em famílias católicas, Jamile Kabad, 62 anos, e Alice Yonamine, 70 anos, dividem a experiência de quem recebeu praticamente todos os sacramentos na Santo Antônio. “Só não me casei aqui porque na época a igreja estava em reforma”, conta Alice.

Os anos elas deixaram de contar ou perderam a contas no meio do caminho. “Ah, não lembro há quanto tempo que participo aqui, cresci nesta igreja praticamente”, diz Alice, se esforçando para buscar na memória o ano exato que colocou os pés na paróquia pela primeira vez.

Mas deixa para lá, né dona Alice?! O que importa é a coleção de boas lembranças de tantos anos dedicados a Deus, e sobre isso, a resposta está na ponta da língua. “Ah, eu participava de grupo de oração, entregava alimento para pessoas carentes, era muito bom. Tinham as festas também, a confraternização das pastorais, vivia em comunidade mesmo”, recorda.

Alice diz que só não se casou na Santo Antônio porque na época a igreja estava em reforma (Foto: Minamar Junior)

Já Nivalda Cunha de Almeida, 76 anos, se lembra certinho do ano que começou a frequentar a paróquia. “Era 1957, e foi também o ano que formei minha primeira turma de catequese, lembro porque foi muito marcante para mim, ver todos recebendo a primeira comunhão”, conta.

De lá para cá, as emoções não pararam na vida de Nivalda. Em 1991, quando o papa João Paulo II veio a Campo Grande, ela estava lá na missa, como integrante do coral. “Ele presidiu missa aqui na igreja também, sentou naquela cadeira, e eu participei de tudo, vi ele de pertinho”, lembra.

Ao narrar as tantas histórias, volta e meia ela virava para a amiga Eva Ifran Lopes, 67 anos, e falava: “Você se lembra disso?”, e a resposta vinha acompanhada de trechos que complementavam o que Nivalda havia acabado de relatar.

As duas vão às missas todos os dias na Santo Antônio, e assim a amizade cresceu, nos encontros dentro da igreja. “Venho aqui desde quando eu era solteira, às vezes o padre ia buscar a gente em casa para participar dos eventos”, conta.

E no sábado, no show do padre Fábio de Melo e na missa presidida pelo Dom Dimas, na Praça do Papa, as duas vão marcar presença, como fiéis paroquianas e amigas.

Atrás do templo, histórias da vida real avivam a igreja mais antiga de Campo Grande (Foto: Minamar Junior)
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