Arquitetura

Reforma faz da cozinha onde ninguém queria ficar a atração da casa de mineira

Paula Maciulevicius | 24/02/2015 08:39
Do lugar onde ninguém queria ficar, hoje a cozinha virou o centro das atenções. (Foto: Alcides Neto)
Do lugar onde ninguém queria ficar, hoje a cozinha virou o centro das atenções. (Foto: Alcides Neto)

Num depois que surpreende de tão diferente do antes, a cozinha da família Huebra Gordin se transformou na atração da casa. Em dois meses de reforma, saíram os velhos armários e o azulejo ainda da década de 80, para chegar o espelho, a luminária e a porta de madeira de demolição. Do lugar onde ninguém queria ficar, hoje a cozinha virou o centro das atenções.

O projeto assinado pela arquiteta Thaylise Queiroz pôs em cena a história da família. A dona da casa, a economista Mara Huebra Gordin, é mineira e queria que a cozinha ficasse cheio de cores, alegria e com objetos no estilo vintage. "Aliando tudo isso à praticidade e algumas modernidades, mas com um visual charmoso como resultado final", explica Thaylise. 

Da estrutura, a arquiteta retirou todos os antigos armários, luminárias, janela, porta de ferro...
Piso, azulejos das paredes, bancada e mesa. E ainda mudou geladeira, fogão e pia de lugar.
Todo projeto, incluindo a troca do cocktop, torneira com triturador, saiu dentro de uma média de R$ 35 mil. (Foto: Alcides Neto)

Segundo a arquiteta, a cozinha antes da reforma era "feia" aos olhos da família e o pedido foi para que o projeto fizesse algo mais a cara da dona até por ser a passagem entre a sala e os quartos. "A cozinha tinha uma configuração antiga, tanto dos revestimentos, como dos armários, além de ser escura e sem luz natural", comenta a profissional. Como estar no meio da casa já era costume da família, o projeto nem cogitou mudar o ambiente de lugar.

A família mora na casa, no bairro TV Morena, há quase 30 anos e desde então, as reformas que contemplaram a residência nunca chegaram à cozinha. Ao Lado B, Mara abre a casa e também um pouco de sua história, já que cada objeto da cozinha conta um pouquinho de si.

"Eu não queria que a cozinha ficasse cheia de armários, tenho a impressão que estou dentro de um caixote. Aí comecei a olhar na internet modelos de cozinha provençal francesa. A arquiteta desenhou junto com o marceneiro e eu fui atrás dos puxadores", descreve Mara. Como a vontade era de ter paredes livres para abrigar a decoração, a dona da casa admite que jogou muita coisa fora sim.

Iimitando o antigo ladrilho hidráulico, parede tem detalhe ressurgido há alguns anos. (Foto: Alcides Neto)
Prateleiras foram ocupadas por lembranças que vem desde a mãe e a sogra. (Foto: Alcides Neto)
A escolha das cores, quente e alegre ao mesmo tempo, foi para remeter ao estilo mineiro, rústico.(Foto: Alcides Neto)

"Aí a arquiteta colocou espelho. Espelho? Coisa que eu nunca vi em cozinha e essa luminária aqui também", apresenta o espaço. O pendente feito a mão é um charme à parte. Montado pelo próprio eletricista na obra mesmo, é um toque simples que consegue ser moderno ao mesmo tempo.

As prateleiras, assim como a bancada foram ocupadas por lembranças que vem desde a mãe e a sogra, até presentes de casamento. "Tudo aqui tem história, essa panelinha eu fazia mingau para o meu filho que hoje tem 35 anos, esse jogo de panelas que barro era da minha mãe fazer moqueca capixaba..." e por aí vai a narrativa.

Da estrutura, a arquiteta retirou todos os antigos armários, luminárias, janela, porta de ferro de acesso à varanda, piso, azulejos das paredes, bancada e mesa. De basculante a janela ganhou abertura horizontal. A pia, assim como o fogão e a geladeira também foram mudados de lugar e novos pontos de água instalados.

Geladeira antiga era branca e ganhou cor amarela através de adesivo. (Foto: Alcides Neto)

O estilo, um misto de rústico chique com um funcionamento moderno e toques vintage, foram trabalhados nos detalhes. A geladeira antiga, na cor branca, ganhou adesivo amarelo para dar um contraponto de cor perto da tinta que faz referência ao concreto. O ladrilho hidráulico também prende os olhos e deixa a cozinha bem convidativa. "As pessoas ficam por aqui, ficou um ambiente muito mais acolhedor", avalia a dona. "A cozinha ficou a minha cara, a nossa cara, coisas modernas e tradicionais mineiras", completa Mara.

A escolha das cores, quente e alegre ao mesmo tempo, foi para remeter ao estilo mineiro, rústico. "Mas que continua atual dando um toque charmoso compondo com a madeira e o porcelanato imitando o antigo ladrilho hidráulico que ressurgiu há alguns anos de cara nova", descreve a arquiteta.

Todo projeto, incluindo a troca do cocktop, torneira com triturador, saiu dentro de uma média de R$ 35 mil. "Acredito que o rústico está presente sem perder a praticidade que precisamos no dia a dia em uma cozinha dando charme com alguns toques, inclusive com um acervo pessoal antigo que a Mara já possuía por ter um gosto apurado e amar tudo que envolve decoração", resume a arquiteta.

A dona da casa é mineira e queria que a cozinha ficasse cheio de cores, alegria e com objetos no estilo vintage. (Foto: Alcides Neto)
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