Arquitetura

Pousada ecológica troca mão de obra de turista por hospedagem e alimentação

Naiane Mesquita | 04/12/2015 06:45
Na primeira semana de troca, o foco foi a produção de tijolos de adobe (Foto: Rafinha Arruda)
Na primeira semana de troca, o foco foi a produção de tijolos de adobe (Foto: Rafinha Arruda)

Na rota dos viajantes que desejam gastar pouco e aproveitar muito a natureza, há um espaço cativo para o Sítio Passarim, na cidade de Rio Verde, no interior de Mato Grosso do Sul. O lugar, que há três anos abriu as portas para o ecoturismo, agora investe no trabalho como moeda de troca para hospedagem e alimentação.

Antônio Roberto (de azul) é o idealizador da semana de troca que visa a construção de uma casa sustentável

A ideia surgiu por necessidade, explica um dos administradores do sítio, Rafael Arruda, 31 anos.

“Nós precisávamos de mão de obra, é muito caro no município, a galera cobra R$ 150,00 para uma diária e para fazer o serviço teríamos que contratar de quatro a seis funcionários. Não temos condições de custear isso, por enquanto. Então, meu pai, Antônio Roberto de Arruda que é o grande idealizador resolveu aplicar esse sistema de troca, que foi uma ação que ele viu em outros lugares e pousadas, que ele já viajou e trabalhou”, afirma Rafael.

A primeira semana de troca aconteceu no mês passado e foi um sucesso, com a produção em grande quantidade de tijolos sustentáveis, feitos de adobe, ou seja, barro.

A fabricação de tijolos de barro requer disposição

“Meu pai se especializou fazendo cursos sobre o assunto, aprendendo sobre a obra, como trabalhar, então é ele que coordena tudo. O trabalho é feito das 8 horas às 12 horas e à tarde, o pessoal é liberado para curtir o sítio”, explica.

A alimentação é dividida. “Nós fornecemos alguma coisa, como feijão, arroz, carne e quem vem traz um pouco também. A maioria que participou da primeira semana é de Campo Grande”, conta.

Quem não tem experiência no trabalho pesado também é bem-vindo, garante Rafael. “Tivemos de estilista a arquiteto. São os dois termos, de gente que está acostumado a trabalhar com serviço pesado até jogador de poker, pessoas que trabalham na frente do computador e queria ter essa experiência de trabalhar pesado, de estar em contato com a natureza”, acredita.

A produção finalizada e a foto dos vencedores

Nesta segunda fase, os trabalhadores serão os responsáveis por fazer o madeiramento, enquanto as meninas ficarão com a pintura das telhas.

“Tudo é na base da bio construção, com o adobe, pau a pique, a mistura da areia com a argila e a palha”, defende.

Ao todo são quatro vagas pra homens e três para mulheres. Os interessados devem se apressar algumas camas já foram reservadas. Informações pelo telefone (67) 9616-6043 ou no perfil do sítio no Facebook.

Por fim, quem trabalhou duro tem direito a descansar no rio do Sítio Passarim
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