Arquitetura

Em casa que já existia vida, restauração chegou para transformar rotina de casal

Detalhes em madeira revelam gosto do casal pela decoração rústica e a vontade de viver numa casa de campo

Thailla Torres | 21/01/2020 07:20
Casa abriga características rústicas que tem tudo a ver com a personalidade dos donos.
Casa abriga características rústicas que tem tudo a ver com a personalidade dos donos.

Há décadas um casal campo-grandense adquiriu um espaço distante do Centro para chamar de seu e trazer o clima do interior para dentro de casa. Afastada, a estrutura de campo é morada para quem não dispensa a tranquilidade na rotina.

Com o tempo, o cenário bucólico e acolhedor que conquistou o casal também precisou de retoques. O desejo dos donos era reformar a casa sem intervenções que deixassem de lado a rusticidade. Para não deixar o clima de casa de campo para trás, os donos contrataram os arquitetos Janaina Grippe e Rodrigo Vianna, do escritório NNPP Arquitetos.

“Nesse projeto existia toda uma vida e a arquitetura passou a morar ali quando iniciamos a reforma. O casal tem um apreço gigantesco pela casa e não há o interesse de se desconectar com ela, por isso, o trabalho foi trazer soluções que aproveitam ao máximo o terreno, sem luxo ou detalhes que escondessem a personalidade deles”, explica a arquiteta.

Parte do mobiliário foi reaproveitado.
Casa de campo ganhou mais "vida" após reforma.

A antiga construção que havia ali era com ambientes desproporcionais: uma cozinha totalmente isolada, uma garagem que só cabia um carro, banheiros gigantescos com box e pias pequenos, então o casal logo sentiu a necessidade de reformar a casa para poder receber melhor a família, amigos e viver com mais conforto.

Os arquitetos abraçaram o projeto com todo o entusiasmo de quem está ansioso para testar novas ideias. E não pense que as tendências contemporâneas tomaram conta do lugar. Janaina e Rodrigo optaram por um trabalho minucioso de restauração desde as esquadrias até o ladrilho hidráulico que durante muito tempo ficou escondido.

“Antes da reforma era uma casa desocupada em meio ao campo e alguns uso não eram pertinentes. Então a solução foi fazer intervenções que garantissem uso e fluxo dentro da casa”, destaca Rodrigo.

O trabalho de restauração ficou evidente nas esquadrias de madeira que, no projeto anterior, havia recebido camadas de tintas que mascaram a beleza da madeira. “As esquadrias de madeira foram recuperadas. Foi feito um trabalho de remoção das três camadas de tintas que haviam para retomar a cor natural da madeira. Além disso, as portas rústicas, em madeira, também tiveram seus aspectos preservados”, comenta Janaina.

O antes da casa com telhado diferente.
Depois, com novo telhado, pintura e paisagismo.
Área de lazer da família.
Esquadrias de madeira foram restauradas.

Do lado de dentro, mais de 50% da decoração e detalhes que revelam a personalidade da casa são em madeira. A escadaria, revestimento de paredes, adornos, mobiliário e porta principal. “São detalhes que transmitem a vida da casa. Mantivemos o que havia de interessante e complementamos com aspectos que fazem parte da vida moderna, como uma parte elétrica, hidráulica e internet”.

Os banheiros ganharam uma nova disposição para atender a família, a casa também recebeu uma garagem generosa com uma ampliação que passa despercebida e uma nova cozinha ganhou ilha e foi integrada a varanda da casa. “Eles gostam de receber familiares e amigos. Hoje, a cozinha é um dos pontos principais para esses momentos”.

O paisagismo também conquistou o olhar do casal de arquitetos. No projeto anterior, havia um jardim lotado de plantas de poda e com aspecto mais artificial. “Decidimos então por um paisagismo que conversasse mais com o tempo e a natureza deles. Optamos por plantas que parecessem natural e que estava nascendo ali”.

Até uma palmeira que havia perdido suas folhas foi reaproveitada para se tornar morada das araras que colorem o céu e o olhar dos donos da casa de campo. “Sem dúvidas, com pequenas intervenções e uma preocupação com o restauro, hoje, a família possui uma casa de uma linguagem só”, completa a arquiteta.

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