Arquitetura

Do boi ao avião, adornos de fachadas viram atração e substituem nomes comerciais

Paula Maciulevicius | 27/01/2014 06:34
O boizinho em frente da churrascaria acabou dando nome ao estabelecimento conhecido como 'aquela do boizinho'.
O boizinho em frente da churrascaria acabou dando nome ao estabelecimento conhecido como 'aquela do boizinho'.

Em dois pontos da principal avenida da cidade, o nome do comércio fica em segundo plano, frente ao que virou referência. Proposital ou não, o fato é que muita gente desconhece o verdadeiro nome da churrascaria do boizinho, por exemplo ou ainda chama o posto de combustíveis, de posto do aviãozinho.

A história quem conta é o filho, José Nivaldo Lopes Filho, de 32 anos. Dono da churrascaria que tem o boizinho na frente e para os clientes, no nome também, a colocação da estátua ali não passou de estratégia de marketing do pai. No entanto, nenhum dos Nivaldo imaginou o sucesso que iria trazer.

A churrascaria completa 34 anos na avenida Afonso Pena, esquina com a rua José Nabuco. Os donos vieram do Paraná para abrir comércio, sempre no ramo de restaurantes, na Capital. A história que o Nivaldo pai conta é de que o boizinho já existia na churrascaria anterior, mas muito mal colocado.

“Ele conta essa história, de que quando comprou, estava jogado no fundo como sucata. Ele viu e sempre gostou dessas coisas e resolveu trazer para frente, pra chamar atenção e virou um marco não é?” a pergunta é retórica. O nome mesmo da churrascaria é Nossa Querência, mas de tanto os clientes falarem ‘aquela do boizinho’, a frase virou slogan.

Há 33 anos, boizinho está no mesmo lugar e só é retirado para manutenção uma vez ao ano.

“E ele foi usando como mídia, pra falar que era aquela do boizinho. Na verdade ele colocou para criança ficar brincando, ela antes era guardada muito mal colocada”, explica José Nivaldo.

Em três décadas de funcionamento com o boizinho na frente, o desgaste do tempo e das ‘montadas’ que o animal leva das crianças, e de adultos também – já teve morador de rua se sentindo em cima de touro num rodeio – a manutenção é feita pelo menos uma vez ao ano.

E é nas reformas que Nivaldo percebe o quanto o boizinho significa para os clientes. “Teve uma época que nós fizemos a mudança da fachada e tiramos para restaurar e as pessoas ficavam cadê o boizinho? Você não tirou o boizinho, você não pode fazer isso e me surpreendeu. Colocamos para chamar atenção, mas não imaginava a proporção agradável que tomaria”, comenta.

Há uns 10 anos, o boizinho foi vítima de vandalismo. Quebraram-lhe a cabeça e por sorte, deixaram ali mesmo e foi possível de colar. Hoje, ele está novamente descascado, precisando de uma mão de tinta, mas parece que antes de mais nada é preciso pedir aos clientes daquela do boizinho, a autorização para retirada temporária.

Aviãozinho tinha a ver com o nome do Posto Piloto e era a paixão de quem o colocou ali, o grego Panajiotis Kontos.

Do outro lado da avenida, na região do bairro Amambaí, o posto de combustíveis por muito tempo era chamado de posto do aviãozinho. O motivo está no alto e em neon, um aviãozinho no terraço com o nome ‘Posto Piloto’.

Construído pelo grego Panajiotis Jean Kontos, o posto tem quase 60 anos na mesma esquina, mas hoje pertence a uma rede e o nome parece ter ficado para trás. Nem o gerente do estabelecimento ouve alguém fazer da referência nas alturas a identificação do local.

Na varanda do que parece um apartamento no mesmo terreno, o aviãozinho hoje está em segundo plano. Mas na época em que foi erguido, era o teto para quem abastecia, ficava em um disco de concreto, sustentando por mastro.

As explicações para o aviãozinho são lembranças contadas oralmente por aí, de que Panajiotis era um entusiasta da aviação. Outra linha de informação relaciona o Posto Piloto aos clientes, as bombas do aviãozinho abasteciam a Infraero e o Exército.

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