Arquitetura

Corredor da Dom Aquino esconde pousada graciosa, com mosaicos e tijolo à vista

Paula Maciulevicius | 22/01/2015 07:43
Corredor da entrada nem parece que vai revelar tanta graciosidade mais à frente. (Foto: Marcelo Calazans)
Corredor da entrada nem parece que vai revelar tanta graciosidade mais à frente. (Foto: Marcelo Calazans)

Na Rua Dom Aquino, no Centro da cidade, o corredor da entrada nem parece que vai revelar tanta graciosidade mais à frente. A porta que, sempre permanece fechada, tem o aviso para tocar a campainha. E quando aberta, leva à uma recepção convidativa para os olhos, de tanto mimo.

A pequena pousada tem o mesmo nome da rua e carrega a história da família Naveira. "Era herança, a antiga dona, Raquel Naveira, adaptou para pousada. Ela cuidou durante uns 12 anos, eles tiveram de mudar e meu pai acabou comprando para mim e a minha irmã", conta a atual proprietária, Marcella Andrade de Mello, de 31 anos. Da poetisa para a fisioterapeuta, há oito anos a jovem toma conta do espaço e deixou de lado a formação para viver a amizade com os hóspedes. 

Nas sucessivas reformas, as paredes foram ganhando mais cores, detalhes e também a cara da dona. São mosaicos feitos pela mãe, Janice, molduras de quadros que com uma mão de tinta ganharam vida e até uma guirlanda feita por Marcella foi emoldurada. 

Nas reformas, paredes foram ganhando cores e também a cara da dona. (Foto: Marcelo Calazans)

A porta de madeira de demolição que da sala leva os hóspedes ao delicado jardim já estava lá, mas renasceu agora. Nas aventuranças de Marcella pela decoração, ela e um funcionário resolveram restaurá-la. "Ela estava vermelha já de várias camadas", conta. Hoje além de bela é o que divide a graça do rústico no ambiente.

Do outro lado, num "acidente", a espessura da parede escondia os tijolinhos à vista. "Era um banheiro enorme ali e um corredor, tive a ideia de quebrar para aumentar a sala. E num 'acidente', caiu a parede e apareceram os tijolinhos, a gente resolveu quebrar tudo e deixar assim. Foi com uma ideia e um acidente", brinca a dona.

A sala que, além de ser o "estar", também tem as mesas de madeira com tampão laranja recebem simpaticamente os hóspedes para um café da manhã. Se a comida segue o caminho da pousada, deve ser tão de "vó" quanto a casa. Acima de cada uma delas, uma garrafinha com uma flor é o enfeite de "bom dia".

Ainda no mesmo ambiente, uma das paredes acomoda uma janela que virou item de decoração. Depois de retirada de sua função, de abrir caminho para a claridade, Marcella pintou a estrutura de azul e espelhou. Mais uma graciosidade que faz companhia ao aparador.

Nos pequenos detalhes que a pousada nos ganha e também deve ganhar aos hóspedes. (Foto: Marcelo Calazans)
Porta de madeira de demolição foi restaurada pela dona. (Foto: Marcelo Calazans)
Em acidente com parede, surgiram os tijolinhos à vista. (Foto: Marcelo Calazans)

"E você olha o corredor e acha que não é nada aqui dentro, não é?" pergunta brincando. Realmente, é de surpreender a proporção do aconchego que a pousada dá.

"Essa é a área que os hóspedes mais gostam", nos apresenta Marcella ao jardim. Uma fonte foi colocada, mas só de arranjo para plantas. Árvores foram plantadas e hoje crescidas fazem sombra aos bancos de madeira vindos da fazenda da família da jovem. Até um orelhão está no local e funciona, garante Marcella. 

Nos pequenos detalhes que a pousada nos ganha e também deve ganhar os hóspedes. "Eles falam que parece casa de vó, a própria casa, uma fazenda e tudo no Centro da cidade", reproduz a proprietária. 

O artesanato criado por ela e a mãe, junto das obras de arte que cobrem os espaços são a cara dela. "Eu gosto muito de misturar, isso de casa antiga, artesanato. Eu acho que é a minha cara sim, gosto desse tipo de coisa antiga, é a minha casa", descreve.

A decoração não tem gasto. Os itens comprados perdem para os adaptados por ela. No total, são 45 quartos e cada um deles deles tem o número em mosaico.

"O que eu prezo é a sensação que se leva. Hotel grande tem aquela frieza, aqui não. Fica à vontade. Os hóspedes se sentem em casa, principalmente os que precisam ficar mais tempo fora dela. E é um lugar calmo". Realmente, quando se para e presta atenção, não se ouve o barulho da rua e se esquece que está em pleno Centro da cidade.

Jardim tem verde das árvores, bancos de madeira da fazenda e até orelhão. (Foto: Marcelo Calazans)
Da poetisa para a fisioterapeuta, Marcela é a dona há oito anos. (Foto: Marcelo Calazans)
Corredor que leva hóspedes do jardim aos quartos. (Foto: Marcelo Calazans)
Mesas de madeira recebem simpaticamente os hóspedes para um café da manhã. (Foto: Marcelo Calazans)
Uma das paredes acomoda uma janela que virou item de decoração. (Foto: Marcelo Calazans)
Mosaicos feitos pela mãe de Marcella tem até detalhes em alto relevo. (Foto: Marcelo Calazans)
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