Arquitetura

Com leão até no nome, morador exibe "feras" na fachada e adora a cor e o brilho

Elverson Cardozo | 05/05/2014 07:00
Leodir e os Leões da própria casa. (Foto: Pedro Peralta)
Leodir e os Leões da própria casa. (Foto: Pedro Peralta)

O Lado B abre espaço, a partir de hoje, para o “Minha casa, minha cara”, quadro que vai reunir exemplos de como o lugar em que a gente vive revela muito da nossa personalidade. Para começar, o canal visitou o “ninho” de um psicanalista criativo, de gosto peculiar, quase às avessas.

No bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, a residência que fica na esquina das ruas Antônio Alves Setti com a Ponta Grossa, tem dois leões brancos, de concreto, em cima do muro, portas e paredes em tom verde e um Cristo sorridente na sala.

Réplica está no muro há pelo menos 10 anos. (Foto: Pedro Peralta)

As réplicas do Rei da Selva que, no Natal, ficam iluminadas, foram encomendas pelo dono do imóvel, Leodir Antônio Cunha, de 51 anos.

O psicanalista, que também é funcionário público, acha que as imagens do mamífero deixam o ambiente com um toque mais pessoal.

“Além do nome, que lembra Leão, eu sou do signo de Leão. Fiquei procurando isso um tempo, até que um dia encontrei à venda na avenida Julio de Castilhos, há mais ou menos 10 anos’, conta.

Mas não só por fora que o gosto do morador está impresso. Dentro, muita coisa tem a cara dele, a começar pela sala, cheia de quadros com paisagens esverdeadas. “Nasci e fui criado em fazenda e isso me reporta aquela época”, justifica.

Psicanalista adora o verde e espalhou a cor por toda a casa. (Foto: Pedro Peralta)
Sala tem quadros que relembram a vida na fazenda. (Foto: Pedro Peralta)

No meio da coleção, uma, em especial, chama atenção. É a imagem de um Cristo sorrindo. A obra, de autoria de um pintor campo-grandense, foi feita sob encomenda. “Sou meio contraditório. Acho que Cristo já saiu da cruz e tem que ter uma imagem mais alegre”, conta.

Mas o pedido não saiu como o esperado, tanto é que Leodir já cogita pedir outro. Só que, desta vez, a recomendação é clara: “Quero ele do mesmo jeito, sorrindo, mas no meio da mata. Em uma das mãos eu quero um raio e, na parte de baixo, um riacho”.

E o Cristo sorridente. (Foto: Pedro Peralta)

Embora brinque dizendo que, em outra vida “ou foi puta ou rainha”, porque gosta de cor e brilho, Leodir tem mais predileção pelo verde e isso pode ser notado em praticamente todos os ambientes da casa.

Na sala, por exemplo, o psicanalista resolveu, ele mesmo, texturizar as paredes com a cor. Fez isso utilizado estopas. O trabalho se estendeu, inclusive, ao teto e às portas. Em uma, tentou desenhar uma paisagem campestre.

Na do banheiro, utilizou o próprio dedo na tentativa de fazer arabescos na tinta fresca. O resultado não agrada todo mundo, óbvio, mas Leodir disse que, até hoje, ninguém nunca se importou, nem a família. E, para quem pensa em criticar, o ele já tem uma frase pronta: “A gente tem que viver para gente e não para os outros”.

 

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