Arquitetura

Com Herbie na garagem, casa no estilo americano foi projetada pelo próprio dono

Paula Maciulevicius | 28/07/2014 07:23
O "Herbie" na garagem de Paulo Flávio é a prova de que a casa é, de fato, a cara dele. (Fotos: Marcelo Calazans)
O "Herbie" na garagem de Paulo Flávio é a prova de que a casa é, de fato, a cara dele. (Fotos: Marcelo Calazans)

Em uma das ruas logo no começo do bairro Carandá Bosque, em Campo Grande, uma cena chama atenção. A casa estilo americana, com uma casinha em miniatura como caixa de correio e um fusca "Herbie" no gramado da frente fazem o lar de Paulo Flávio, no mínimo, despertar curiosidade.

O Lado B resolveu parar e tocar a campainha da casa que mistura o verde aos tijolos. Demos sorte. Quem nos recebeu foi o dono. Arquiteto, foi Paulo Flávio Souza Benitez, de 49 anos, quem desenvolveu o projeto da própria residência. Há 13 anos ele fez do Carandá sua moradia. Foi o segundo projeto em causa - ou melhor casa própria - e a primeira construção.

Ele e a esposa compraram os terrenos do espaço quando ainda eram solteiros. "Primeiramente eram os dois do lado, estava até aprovado o projeto, quando apareceu o terreno da frente da comprar. Vendemos um e compramos", conta Flávio. A vantagem foi de que assim, os 720m² de casa começam numa rua e terminam na de trás.

Comprado há cinco anos, o automóvel foi customizado em 2013, em homenagem ao filho de 8 anos.
A casinha da caixa de correio também é destaque da casa.
A porta de madeira foi feita aqui, sob medida para combinar com as janelas vindas do Espírito Santo.

"É uma casa que eu ainda estou construindo, com o tempo, foram entrando outras prioridades. Ainda quero fazer uma garagem estilo americana", completa o arquiteto.

Quando a gente que escreve aqui deste lado pensou no "Minha casa, minha cara", era para exatamente mostrar como a arquitetura, sendo assinada por um profissional, ou exercida na prática, consegue fazer da casa um lar com a identidade dos donos.

O "Herbie" na garagem de Paulo Flávio é a prova de que a casa é, de fato, a cara dele. E isso nem estava previsto no projeto inicial. "O fusca era o carro que eu queria ter quando eu tinha 18 anos. Ele tem acessórios de época, volante em couro, roda esportiva, é de 74", descreve. Comprado há cinco anos, o automóvel foi customizado em 2013, em homenagem ao filho de 8 anos.

"Meu filho gostava muito do filme Herbie, tanto que ano passado eu adesivei e fui pegar ele na escola. Tinha uma vaga bem na frente, coisa que nunca tem, a gurizada ficou doida", recorda. Para os pequenos, era o turbinado 53 que estava ali na frente.

A construção foi feita aos poucos, levou quatro anos. Tempo que parece ter dado mais charme à casa.

Agregado ao "sonho de consumo", palavras do arquiteto para a casa construída, ele explica que concebeu o projeto com as ideias da esposa. "Ela queria uma casa americana com tijolo à vista e foi estruturada como prédio", narra. Segundo Paulo Flávio, ele primeiro montou todo esqueleto para depois ir fechando a casa de cima para baixo, para não sujar as paredes.

A construção foi feita aos poucos, levou quatro anos. Tempo que parece ter dado mais charme à casa. Uma das marcar que o Paulo arquiteto, mais que o Paulo dono do imóvel, quis deixar foi a janela de canto. Por gosto e por acreditar que valoriza a arquitetura.

As esquadrias de madeira que de longe se enxerga vieram de uma fábrica que compra a matéria prima no Pará e transforma em janelas. Abaixo delas, as floreiras que no desabrochar das flores ou no florescer do verde agregam natureza e movimento à casa.

A varanda do quarto do casal é onde está a rede onde Paulo tira um cochilo enquanto vê, ouve e acompanha o movimento.

Quando o dono diz que a casa ainda está em construção, quer dizer que as ideias não param de lhe brotar à mente. O terreno comporta uma piscina, área gourmet e outra garagem para o Herbie. Os projetos não saíram do papel, mas é só uma questão de tempo.

A frente da casa também pode ser mexida. "Foi projetada com um recuo de 10m, então aqui dá para fazer mais uma garagem para dois carros e completar a varanda, sem alterar a arquitetura da casa", resume. Em casa de arquiteto, o que não pode deixar de existir é a ideia de mudar, sempre.

Você conhece ou mora numa casa que é a cara do dono? Convide a gente para bater à sua porta. Mande um breve relato e uma foto para a gente no ladob@news.com.br, com seu nome e telefone para contato.

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