Arquitetura

Com ar hippie, casas de barro e tijolinhos, camping parece ter saído dos anos 70

Naiane Mesquita | 26/11/2015 06:34
Entrada do Nómadas, camping em Bonito.
Entrada do Nómadas, camping em Bonito.

Praticamente tudo no Camping Nomadas é reaproveitado. Com 600m² divididos entre a área para armar barracas e chalés individuais, o espaço é simples, com construções de tijolinhos à vista. Objetos que outrora foram os responsáveis por levar informações, hoje são artigos de paisagismo, por exemplo, como um computador antigo tomado por plantinhas.

Com 48 anos, a paulista Renata Sartori Faria decidiu criar o camping como uma alternativa mais econômica a estadia em Bonito. “Moro há 16 anos na cidade, sou de Campinas e há 3 eu decidi montar o camping. Foi uma forma de fonte de renda e uma estadia mais barata para quem chega a cidade. A gente já tinha a loja de mesmo nome e a ideia do camping era antiga”, lembra.

O estabelecimento na cidade segue os mesmo moldes da construção no campo e com muito artesanato.

Para quem está acostumado com padrão de hotelaria, as acomodações podem parecer improvisadas. Mas o bacana está justamente nisso, na forma como tudo foi se arrumando pelo local. A biblioteca coletiva, por exemplo, tem jeito de filme de elfos.

Quarto para 3 pessoas.

Nos chalés, nenhuma porta é igual. No interior, as paredes parecem jogo de encaixe, com ripas se unindo para estruturar os cômodos. Tem alvenaria, misturada com madeira. Os móveis seguem a mesma linha, cada qual com sua identidade.

“A gente começou bem devagar, primeiro organizando a área do camping, inclusive estamos passando por uma reforma agora para receber o pessoal no final do ano. Nós sempre gostamos muito de viajar, eu e meu irmão Gustavo, que abriu junto comigo, e sempre ficamos em lugares mais econômicos. Buscamos inspirações desses espaços”, explica.

 

Cozinha é ampla e segue os moldes dos outros ambientes
Chalés têm tijolinhos à vista e reproduções de raízes de árvores de decoração

O local teve consultoria de engenheiros para colocar tudo em ordem, mas as construções foram feitas por eles mesmos, usando materiais biodegradáveis, como barro e restos de construções, como tijolos e azulejos.

“Priorizamos muito a reciclagem, o reaproveitamento de materiais, dos recursos naturais, temos captação de águas para as árvores, vamos aprendendo na vida, conhecendo outras coisas”, explica.

Na hora de colocar a mão na massa, muito do trabalho fica para a família. “Muitas coisas foram nós mesmos que construímos, tem várias paredes que são feitas de adobe (barro), que são de tijolos, que é um tipo de construção alternativa. Fomos pesquisando, barro, com capim, reaproveitando com lixo, vamos no lixão da cidade e recolhemos objetos e vamos decorando, aumentando”, comenta.

A área do camping comporta cerca de 60 pessoas, enquanto há seis chalés para casal e um chalé para família com cinco lugares. O local fica próxima a rodoviária da cidade e a cinco quadras da avenida Pillad de Rebuá, a principal do destino turístico.

O preço da diária na alta temporada é de R$ 30,00 para o camping e R$ 100,00 para os chalés.

O Camping Nómadas fica na rua Afonso Pena, 1170, em Bonito.

Detalhe com as portas fechadas.
Biblioteca do camping tem estantes 'desorganizadas'
O camping tem 600 m² e muito espaço para as barracas
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