Casa do Artesão reabre 'viva', com promessa de prédio que muda de cor

A Casa do Artesão abre as portas para o público oficialmente no domingo (19) com shows de Geraldo Espíndola e Gabriel Sater. Em coletiva de imprensa realizada neste sábado (17), autoridades da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) e Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania)  concederam uma amostra de como ficou o prédio após as obras de revitalização.

Responsável pelo restauro, Antônio Sarasá ficou emocionado ao falar sobre o processo de recuperação do prédio que levou 14 meses. Na perspectiva dele, o edifício foi o ‘mestre’ que proporcionou um verdadeiro aprendizado. 

Ele fala sobre o prédio que será ‘templo das artes, poetas e artesãos' e o encantamento que o mesmo desperta. “Aqui além de uma casa vamos entregar um templo, porque tem o espírito e a vontade do artista e artesão. [...] Muito mais que trabalhar com a matéria trabalhamos aqui o espírito e alma do lugar. Isso que nos encantou”, afirma.  

A expectativa dele é que a Casa do Artesão emocione aqueles que atravessarem a porta principal e que seja um eco da vida. Ao Lado B, Antônio Sarasá explica a técnica utilizada no restauro e de que forma ela se manifestará aos olhos dos visitantes. 

“Não mudou nada do original, o que fizemos foi tirar essas camadas que estavam cobrindo esses elementos originais. Trabalhamos com argamassa de cal, fomos buscar as tintas minerais e transpirantes, então é um prédio que mancha. Quando chover a fachada se mostrará de uma cor, quando seca se mostrará de outra. Justamente para mostrar que o prédio está vivo”, pontua. 

Em relação a técnica, ele pontua que não é algo moderno, mas sim um saber antigo que foi aperfeiçoado no restauro. “São técnicas de fazeres e saberes com mais de dez mil anos. É uma cal utilizada na Palestina, Egito, Roma e no Brasil. Aqui foi aprimorada essa técnica para o restauro com argamassa transpirante, tintas transpirantes e hidratação das madeiras”, destaca. 

Com jardim aberto, luminárias no teto e artesanatos executados com diferentes técnicas, a Casa do Artesão é guardiã do trabalho de mais de 700 artesãos. O diretor-presidente da FCMS, Max Freitas, declara que o prédio com cem anos de história é responsável por divulgar o trabalho sul-mato-grossense. 

“Os mais de 800 expositores, dos mais de quatro mil cadastrados de Mato Grosso do Sul levam um pouquinho da história. [...] Muitas peças que estão aqui foram desenvolvidas através de designers, peças indígenas que reforçam nossa identidade cultural. São cem anos do prédio e muito mais de cem vidas sendo comercializadas em todo o Brasil”, afirma. 

Inauguração - O prédio que abriga a Casa do Artesão e uma diversidade de artesanato sul-mato-grossense foi construído entre 1918 e 1923 sob as ordens de Francisco Cetraro e Pasquale Cândida, com projeto do engenheiro Camilo Boni. Foi a primeira sede do Banco do Brasil (cujo cofre é uma das atrações do local), comércio e autarquia pública. A inauguração do espaço como Casa do Artesão ocorreu em 1º de setembro de 1975. A edificação é tombada como patrimônio histórico estadual. 

A inauguração oficial acontece no domingo, às 17h. Para celebrar a nova fase da Casa do Artesão, os cantores Geraldo Espíndola e Gabriel Sater realizam apresentação. A entrada será gratuita. 

A Casa do Artesão está localizada na Avenida Calógeras, 2050, Centro. O horário de funcionamento, a partir da próxima semana, é de segunda a sexta, das 8h às 18h. Aos sábados, das 8h às 16h.

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