Jogo Aberto

Preso, Fahd "Yamil" faz Paraguai desenterrar suspeitas

Marta Ferreira | 26/04/2021 06:00
Foto que circula no Paraguai mostra o presidente falecido Andrés Rodrigues (à esquerda), três crianças ao meio, e Fahd Jamil à direita. (Foto: reprodução da internet)
Foto que circula no Paraguai mostra o presidente falecido Andrés Rodrigues (à esquerda), três crianças ao meio, e Fahd Jamil à direita. (Foto: reprodução da internet)

Três décadas – A prisão de Fahd Jamil, 79 anos, na semana passada, está sendo alvo de ampla cobertura no Paraguai, onde ele tem negócios e sempre cultivou relações com gente da alta cúpula. A memória mais citada tem relação com a execução de Santiago Leguizamon, metralhado há exatos 30 anos, no dia 26 de abril de 1991, quando saía da rádio onde trabalhava em Pedro Juan Caballero, fronteiriça a Ponta Porã. Ninguém foi responsabilizado até hoje. 

Por uma foto – Contam os jornais paraguaios que Leguizamon foi marcado para morrer por sua atuação profissional, com reportagens apontando ligações entre poderosos e o tráfico de drogas. Teria em mãos, inclusive, foto na qual aparecia o ex-presidente Andrés Rodrigues,  morto em 1997, o traficante colombiano Pablo Escobar, e o brasileiro Fahd Yamil, como o sobrenome do “Rei da Fronteira” é escrito por lá.

Sumiu – Essa suposta imagem nunca apareceu. A versão corrente no país vizinho é de que foi destruída pelos sicários de Leguizamon. Rodrigues e Fahd eram compadres. Em uma rara entrevista, nos anos 1990, o brasileiro de origem libanesa disse serem “injustas” as denúncias contra o ex-presidente.

“Limpo” – Ao se entregar à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, há uma semana, Fahd anotou ser um homem com certidão negativa de antecedentes criminais. Já chegou a ser condenado por tráfico, mas conseguiu anular as decisões.   Hoje, é réu em três denunciadas geradas pela operação Omertà. 

Indefinido – Até a última informação obtida pela coluna, ainda havia determinação sobre o mérito perito responsável pelo laudo sobre as condições de saúde do preso famoso, como parte do processo de decisão sobre o pedido de prisão domiciliar feito pelos defensores de “Fuad”. O exame de corpo de delito, obrigatório para quem é preso, foi feito pelo diretor do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), Silvio Lemos.

In loco – Diferente do habitual, Lemos foi até a cela onde está o acusado de chefiar organização criminosa para constatar se ele tinha algum sinal de violência na prisão. Não havia. Para o exame mais detalhado, não foi informado se será mantida essa quebra da rotina. Normalmente, os presos vão até o Imol, na Avenida Felinto Muller, Vila Ipiranga.

Sumido – Enquanto completa uma semana preso, depois de quase um ano como fugitivo, o filho mais novo, Flavio Correa Jamil Georges,  37 anos, continua foragido. A reportagem falou com o advogado dele, Rafael Serra, de São Paulo, o dia 19. Ele pediu pelo menos 24 horas de prazo para um posicionamento, porém não atendeu mais às mensagens nem ligações.

Impressões – Na  visão do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), tiveram impacto positivo as restrições impostas desde o fim de março na circulação de pessoas, com o feriadão de 22 a 26 de março, e o toque de recolher a partir das 20h. “Teve um cuidado maior, o povo ficou mais com medo”, avalia.

Dicionário - Cansado de ver a população desrespeitando normas de distanciamento social, o governo de Mato Grosso do Sul apelou para o dicionário. Nas redes sociais postou o significado de “aglomeração” conforme o Aurélio. “Ato ou efeito de juntar-se”, é uma das definições, para não restar dúvidas.

Sanciona, presidente! - As mulheres reagiram à enquete do presidente Jair Bolsonaro sobre sancionar ou não a lei que eleva a punição para discriminação salarial contra trabalhadoras. A bancada feminina no Senado, liderada por Simone Tebet (MDB), partiu para o ataque com a hashtag #PL130SancionaPresidente, movimentando as redes sociais. “Queremos justiça e respeito”, postou Simone.

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