Jogo Aberto

Por pouco, Justiça não “perdeu” pivô de operação em 2010

Por Anahi Zurutuza, Jackeline Oliveira e Caroline Maldonado | 12/02/2024 06:00
Gerson Palermo mais jovem, numa da vezes que foi preso (Foto: Campo Grande News/Arquivo)
Gerson Palermo mais jovem, numa da vezes que foi preso (Foto: Campo Grande News/Arquivo)

Por pouco – Pivô da investigação da Polícia Federal contra o desembargador Divoncir Schreiner Maran, o traficante Gerson Palermo teve chance de escapar dez anos antes da fuga em 2020, após ter sido colocado em prisão domiciliar. Em 2010, ele deixou o Instituto Penal de Campo Grande em outubro, mas foi levado para o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho em novembro, antes de sumir, se é que tinha essa intenção.

O erro – Apesar de ter quatro condenações à época, o juiz Alexandre Antunes permitiu que “Pigmeu”, um dos apelidos do homem tido com uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), deixasse o regime fechado e passasse a cumprir pena no semiaberto, conforme noticiado pelo Campo Grande News naquele ano. Segundo o juiz substituto da 1ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, uma nova condenação contra o criminoso deixou de ser considerada quando foi deferida progressão de regime. Assim que o problema foi percebido, o detento foi levado para o presídio de segurança máxima.

Prende e solta – Palermo, que ficou conhecido pelo sequestro do avião da Vasp para roubar R$ 5 milhões que estavam a bordo, foi preso e solto várias vezes. A última havia sido em 2017. Ele está foragido desde abril de 2020, quando decisão de Divoncir Maran o colocou em liberdade com monitoramento eletrônico. Em pedido feito no plantão judicial, a defesa alegou o risco do cliente, com 63 anos, contrair covid-19 no cárcere. A decisão foi revogada no dia seguinte por outro desembargador, que levou em conta o fato de Palermo ter mais de 100 anos de prisão a cumprir. Mas nesse meio-tempo, ele arrebentou a tornozeleira e desapareceu. A PF investiga se o desembargador recebeu propina para dar o habeas corpus. 

Chora, me liga - Apresentação de João Bosco e Vinícius causou mal-estar entre as prefeituras de Sete Quedas e Aral Moreira e revoltou membros do governo estadual. Com show da dupla sertaneja garantido para o aniversário da primeira cidade e o outro município querendo a mesma atração, a ideia foi colocar o namorado da promotora de eventos no jogo e lucrar em dobro.

Macetando, macetando - Para conseguir os dois contratos e agradar a amada, o tal namorado, que ocupa cargo na administração estadual, convenceu prefeito a abrir mão de João Bosco e Vinícius, mentindo que a data já estava reservada. O problema é que quem manda no negócio não gostou do estratagema. Corre nos bastidores que quando o assunto chegou ao responsável pelo pagamento de cachê, o prédio da Governadoria tremeu.  

Locomotiva - É tempo dos vereadores fazerem as contas antes de decidirem as trocas de partido. Siglas com muitos candidatos com grandes chances de vitória e com a capacidade de investir mais ficam “inchada”, o que pode tirar as chances de reeleição dos colegas. Apesar de ser assunto sério, os vereadores brincam o tempo todo.  

Só um vagão - O vereador Ronilço Cruz, o "Guerreiro", disse que se o vereador Claudio Serra, o "Claudinho" sair do PSDB e ir para o Podemos, ele sai do partido. O motivo? "Não tem como concorrer uma locomotiva com um vagão", disse Ronilço, em referência às boas condições do vereador Claudinho de se reeleger. 

Um mais um – Dias desses, na Câmara, o vereador Marcos Tabosa viu Claudinho abraçando o vereador Jamal Salem e já disse "vai para o MDB?". Ronilço entrou na conversa e avisou: "no Podemos não quero!". A verdade é que Claudinho não tem intenção de deixar o ninho tucano, mas os vereadores fazem essas "contas mentais" da probabilidade de voto o tempo todo. Será assim até todos mudarem de partido entre março e abril deste ano e ficarem preparados para as eleições em outubro.

Urgência – Morador vizinho ao Bairro Bosque da Saúde, o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) foi correndo ao local quando soube das demolições que ocorreram na semana passada, por alguém que ainda disputa a área na Justiça. O parlamentar colocou os moradores em contato com a Defensoria Pública na tentativa de ajudar em meio ao desespero dos que não conseguiram apoio da polícia para impedir a ação no momento.  

Justificado – Com isso, Ronilço acabou perdendo a audiência pública de prestação de contas do orçamento de 2023, na Câmara Municipal. Ele não foi o único a faltar, mas como sempre participa dos balanços orçamentários, fez questão de justificar de antemão a ausência ao presidente da comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, vereador Roberto Santana, o “Betinho” (Republicanos), e avisou também a esta coluna, após ser mencionado na edição da semana passada. “Fui para a audiência, mas tive que sair para ficar ao lado do povo que estava precisando urgente da nossa ação”, disse.

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