Jogo Aberto

Longe de conflitos, morte de cacique une povos na Capital

Waldemar Gonçalves | 23/06/2016 06:00

Índios da paz – Bem diferente de sangrentos conflitos envolvendo indígenas em outras regiões do Estado, mais recentemente em Caarapó, o velório da cacique Enir Terena, ontem, representou o ideal de união entre brancos e índios. Pena ela não estar viva para ver o que sua morte foi capaz: unir diferentes etnias e “homens brancos” comovidos com a história de luta da primeira cacique mulher e fundadora da aldeia urbana Marçal de Souza.

Pânico e terror – O deputado estadual Flávio Kayatt (PSDB), ex-prefeito de Ponta Porã, comparou a guerra entre traficantes na fronteira com a faixa de Gaza, no Oriente Médio. Diz que, após a falta de ação do Governo Federal, agora será difícil "varrer esta situação" e que os moradores estão em pânico com o terror.

Requisitos – Não existiam os “requisitos autorizadores” para as prisões de alguns dos acusados na Operação Fazendas de Lama, segundo diz a defesa de alguns dos réus. Edson Giroto, João Amorim, Beto Mariano e Flávio Scrocchio foram soltos no começo da madrugada de ontem, depois de passarem 42 dias presos. Agora, o habeas corpus deles será submetido à Turma Criminal do STF (Supremo Tribunal Federal).

Sem condicionante – Além disso, ainda há habeas corpus para ser julgado em instância judicial inferior, o TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). Por enquanto, todos seguem em liberdade, sem qualquer “medida condicionante”, como restrições de horários e locais.

Sigilo – Nenhum dos réus que foram soltos na madrugada de quarta-feira (22) quer falar à imprensa sobre o assunto, dizem os advogados. Mais que isso, eles lançam mão do argumento de que o silêncio é uma exigência do sigilo imposto ao processo judicial. Veto que, é bom lembrar, os investigadores tentam derrubar e dizem que cabe apenas ao Judiciário Federal decidir a respeito, como já publicado aqui neste espaço.

Pena do Michel – Ao citar o conflito entre índios e fazendeiros e a guerra de traficantes na fronteira, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) afirmou ontem que é preciso “dar um basta” na desordem do Brasil. Ele ponderou que foi criado um sistema de ódio entre o “lado vermelho e verde amarelo”, junto com o desemprego e muitas empresas fechando as portas. "Não sei o que será do (Michel) Temer, até deu pena dele".

Verdadeira história – Para a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), seria importante bispos e até o papa, chefe da Igreja Católica, ouvirem a “verdadeira história” do conflito entre índios e fazendeiros e Mato Grosso do Sul. “A Funai e o Cimi criaram uma farsa, um mundo de mentira que coloca o produtor como bandido, dizem que houve um ataque aos índios, quando na verdade existiu uma invasão, que após confronto, gerou uma vítima", analisa a parlamentar.

Sempre os mesmos – O projeto Câmara Comunitária, que leva vereadores a regiões periféricas da Capital, chegou à 11ª edição com os mesmos parlamentares de sempre: Chiquinho Telles (PSD), os peemedebistas Vandelei Cabeludo e Carla Stephanini, além dos petebistas Francisco Saci e Waldecy Batista, o Chocolate. Os vereadores médicos, por exemplo, nunca compareceram a uma unidade de saúde durante este projeto.

Sumiço de vacinas – Está esfriando a história do sumiço de vacinas em Campo Grande. Seis pessoas já foram ouvidas pelo delegado que investiga o caso e nenhum indício de irregularidade foi encontrado. Enquanto isso, a CPI da Vacina instaurada pela Câmara Municipal dará início às primeiras oitivas na sexta-feira (24).

No vácuo – Com números na ponta da língua, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, João Rocha (PSDB), lembra que neste ano o Legislativo enviou 7,4 mil indicações à Prefeitura, das quais apenas 174 tiveram retorno. "Realmente, o prefeito não é obrigado a responder indicações, mas quando você quer estabelecer um bom relacionamento você responde, concorda?", ponderou o parlamentar. Segundo ele, o assunto será submetido a análise do Ministério Público.

(com a redação)

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