Jogo Aberto

Encarando crise, Reinaldo recebe apoio contra delatores

Waldemar Gonçalves | 24/05/2017 06:00

Encarando – O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), não se escondeu das denúncias dos irmãos Batista, que, como o próprio tucano disse, tentam “colocar na lama” a classe política. Ontem, passou o dia em visitando instituições e alguns dos principais segmentos socioeconômicos do Estado para reafirmar posição: é inocente e tem meios de provar isso.

Pronto para responder – Reinaldo foi à Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, reuniu-se na Fiems (Federação da Indústria de MS) com representantes dos setores produtivos e sentou-se com a diretoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), além de manter agenda de entrega de viaturas ao Corpo de Bombeiros. Em todos estes locais, reforçou que está pronto para responder a todos os questionamentos em relação às delações.

Posições e apoio – Cada setor se posiciona, evidentemente. Como a Assembleia Legislativa, que terá comissão para analisar o caso, ou os industriais, que defendem incentivos fiscais como trampolim da economia. Ao mesmo tempo, Reinaldo recebe manifestações de apoio não só pela postura de enfrentamento, mas pelo histórico como produtor rural e o sucesso na política.

Condenação precoce – O assunto, é claro, domina o meio político. Vereadores de Campo Grande saíram em defesa do governador, atacando a condenação precoce de políticos pela população sem que haja direito de defesa.

Sem pré-julgamento – O presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB), diz que os deputados precisam ter maturidade neste momento, em que não se trata, segundo ele, de uma disputa política. "Não se pode fazer pré-julgamento, mas sim fazer as devidas apurações que são necessárias".

Extradição dos Batista – Já o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) defendeu em plenário a extradição dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, para o Brasil, de forma que prestem mais esclarecimentos sobre as denúncias. "A Justiça brasileira não pode apoiar um grupo deste".

Democracia – Quem levantou o assunto na Câmara Municipal de Campo Grande foi o líder da bancada tucana no Legislativo da Capital, Wellington Oliveira, que utilizou a tribuna da casa para ressaltar a presunção de inocência de qualquer cidadão acusado de um crime. “Ninguém é culpado sem sentença condenatória da Justiça”, destacou.

Delações – Com a experiência como delegado da Polícia Civil há mais de 20 anos, Wellington explicou a importância das delações como mecanismo para se perseguir a prova e conseguir uma condenação, mas sempre garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório. “Hoje acontece com o governador, amanhã pode ser qualquer um de nós”, declarou.

Consenso – Os colegas da Câmara seguiram pelo mesmo caminho, como Eduardo Romero (Rede). “No meio político, basta uma denúncia para se alardear uma condenação”, discursou, antes de pedir transparência nas investigações.

Banalização – Também houve quem demonstrasse incômodo de denúncias através resultantes de acordo com a Justiça. “Está havendo uma banalização das delações”, disparou Odilon de Oliveira Junior (PDT). Otávio Trad (PTB), por sua vez, disse estar preocupado com o “ordenamento jurídico” da questão, e defendeu a separação das delações com provas das sem provas.

(com Anahi Zurutuza, Leonardo Rocha, Lucas Junot e Richelieu de Carlo)

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