Jogo Aberto

Dinheiro sai, mas só no último minuto de 2016

Ângela Kempfer | 21/12/2016 06:00

No último minuto - A Câmara de Vereadores vai devolver entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões à prefeitura referentes ao duodécimo de 2016. Mas como todo mundo anda ressabiado com a atual administração, o depósito deve ser efetivado no último minuto do último dia de expediente bancário do ano.

Protesto – Ontem, diante da polêmica de reajuste dos salários dos vereadores, funcionários da Omep e da Seleta, que, por decisão da Justiça, estão impedidos de trabalhar, levaram uma faixa com os dizeres “sem pagamento, vamos passar fome”. A intenção era comover parlamentares que ganham mais de R$ 15 mil.

Fantasmas – “Nós não somos fantasmas, quem contratou fantasma está ali”, disse uma das manifestantes, enquanto apontava em direção à mesa diretora da Câmara, onde estava a vereadora Magali Picarelli (PSDB), acusada de manter duas noras em seu gabinete que recebiam sem trabalhar.

Despedida – O vereador Herculano Borges (Solidariedade) entregou sua carta de renúncia no fim da sessão de ontem. A partir do ano que vem, ele assume a vaga do deputado estadual Ângelo Guerreiro (PSDB) na Assembleia Legislativa do Estado. “Saio de cabeça erguida porque fiz o possível neste mandato”, disse em sua despedida.

Presta atenção - O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deu puxão de orelhas no prefeito Alcides Bernal na manhã de ontem. Lembrou que Estado está ajudando e muito o Hospital do Câncer, inclusive, na construção do novo prédio, mas que chegou a hora da prefeitura de Campo Grande também fazer sua parte, nos repasses e ajudas aos hospitais da cidade.

Em paz - Reinaldo também voltou a dizer que o Estado é o terceiro mais seguro do País, de acordo com o Mapa da Violência. O tucano ponderou que nos últimos dois anos, se investiu mais em segurança, do que nas gestões anteriores, lembrando que além da aquisição de veículos e equipamentos, a realização de cursos e promoções dos servidores saiu do papel.

Más notícias - O deputado estadual Carlos Alberto David (PSC), ex-comandante da Polícia Militar, diz estar preocupado com notícias que chegam de Brasília. Segundo ele, uma emenda retiraria os policiais civis, militares e integrantes da segurança pública da reforma da previdência, que está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Mentirinha - O prefeito Alcides Bernal garantiu que tinha agenda ontem (20) com o presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de MS), desembargador João Maria Lós. A pauta seria a liberação de R$ 28 milhões acumulados em depósitos judiciais, necessários ao pagamento do 13º dos servidores. Detalhe: o magistrado está viajando e o Tribunal em recesso.

De novo - Sem o dinheiro liberado pelo TJ, Bernal recorreu aos cofres municipais e a exemplo do ano passado, pagará apenas uma parte do 13º salário. Nada mais lícito, uma vez que esses depósitos judiciais são, via de regra, destinados a quitar precatórios e não folha de funcionários.

Presente de grego - Mesmo antes de assumir a Prefeitura, Marquinhos Trad (PSD) tenta dar encaminhamento aos problemas que terá de enfrentar. Um deles é justamente barrar o aumento de salários do seu alto escalão, aprovado pelo ex-prefeito Gilmar Olarte para vigorar somente em 2017, ou seja, mais uma herança deixada para os novos gestores.

*Com a colaboração de Alberto Dias, Leonardo Rocha e Richelieu de Carlo.

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