Jogo Aberto

Contra restrições, empresário se beneficia da pandemia em ação

Marta Ferreira | 27/03/2021 07:00
Rafael Tavares, sem máscara, durante protesto na prefeitura da prefeitura de Campo Grande. (Foto: Reprodução de vídeo)
Rafael Tavares, sem máscara, durante protesto na prefeitura da prefeitura de Campo Grande. (Foto: Reprodução de vídeo)

Proteção pra quê? - Vídeo que circula na internet desde essa quinta-feira (25) mostra o ex-candidato a vereador em Campo Grande Rafael Brandão Scaquetti Tavares, 35 anos, em meio a grupo que cercou o prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante protesto contra medidas restritivas para frear a covid-19. Rafael está sem máscara e questiona valores pagos ao funcionalismo publico bem próximo de Marquinhos, em tom agressivo. 

Famosinho – Não é a primeira vez que ele se mete em polêmica. Inclusive, é alvo de processo por crime de ódio, em razão de postagem feita nas redes sociais durante a campanha eleitoral de 2018. Ele publicou mensagem de outra pessoa afirmando que, com o presidente Bolsonaro eleito, caçaria “gays, negros, japoneses e índios”. 

Graças à pandemia – A ação, que pode resultar em condenação entre dois e cinco anos de reclusão e multa, só está parada por causa da crise sanitária. No último andamento, o juiz responsável, Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, cita que como não é uma causa urgente, as audiências ficariam indefinidas. Como a situação só piorou, não há previsão de retomada.

Justificativa – Em sua defesa, Tavares afirma que sua publicação usou de ironia. Alega, ainda, ter sido descontextualizada. Em suas redes sociais, ele se apresenta como candidato que teve 3 mil votos nas eleições passadas, deixando claro o tom político. 

Medidas desesperadas 1 – A reunião do comitê do Judiciário de MS sobre a pandemia realizada na tarde de ontem teve inúmeros testemunhos da gravidade da situação na rede hospitalar em Mato Grosso do Sul. O que ficou claro é que, em tempos de tentar salvar vidas, as direções dos hospitais de Campo Grande estão praticando a solidariedade, emprestando entre si medicamentos importantes para pacientes graves.

Medidas desesperadas 2 - O superintendente do Hospital Universitário, Cláudio César da Silva, contou em sua fala que o medicamento Midazolan, um potente sedativo,  é um dos que não estão tendo reposição. De acordo com ele, a unidade hospitalar conseguiu por empréstimo junto ao HU do Maranhão, mas existe outro problema, o transporte.  Está sendo buscada uma solução para trazer o medicamento. 

 Raio-x- O deputado federal Luiz Ovando apresentou projeto que cria um grupo de trabalho na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados para traçar diagnóstico sobre a atuação do clínico geral nas unidades do SUS (Sistema Único de Saúde). 

Gargalo- O objetivo é saber por que esses especialistas têm solucionado cada vez menos casos no atendimento primário. Os clínicos, segundo Luiz Ovando, têm que resolver pelo menos 80% dos atendimentos e encaminhar apenas 20% deles. “Mas tem ocorrido o contrário”, afirma.

Sozinha- Dos três senadores de Mato Grosso do Sul, a única a assinar o requerimento para criação da CPI da Covid-19 foi Simone  Tebet (MDB). A investigação para apurar falhas do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia teve 30 assinaturas, mas a instalação depende do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM). 

Posicionamento - Os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (PSL) são contra a abertura do procedimento. Em razão da proximidade de ambos com o governo, inclusive, vão receber pedido de socorro para Mato Grosso do Sul no combate ao aumento dos casos de covid nos últimos dias.

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